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Com aumento da fiscalização, compras na Shein, Shopee ou AliExpress podem até dobrar de preço

Com aumento da fiscalização, compras na Shein, Shopee ou AliExpress podem até dobrar de preço

Exportador vai ter que prestar declaração antecipada com dados do exportador e de quem compra, além do produto - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Apesar de manter a isenção de tributação para encomendas de até US$ 50 entre pessoas físicas, compras em sites estrangeiros continuam sendo taxadas em 60%; se Receita cumprir promessa dos últimos dias, fiscalização será firme com cobrança de imposto.

A isenção de tributação para encomendas de até US$ 50 entre pessoas físicas dominou a pauta nos últimos dias sobre compras em sites internacionais. Nesta terça-feira (18), o governo anunciou que estava voltando atrás na decisão de derrubar essa isenção, muito em parte pela repercussão negativa sobre o plano.

A retirada da isenção era uma das medidas que o governo havia considerado como parte do plano para apertar a fiscalização sobre compras por pessoas físicas de produtos importados e, consequentemente, aumentar a arrecadação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a expectativa era de um incremento de R$ 8 bilhões por ano na conta do governo só com o fim da isenção. Isso porque, segundo o governo, muitos varejistas em sites estrangeiros aproveitavam a brecha válida para pessoas físicas para enviar suas vendas sem incidência de imposto, ou seja, fraudar a operação comercial.

Ainda que o governo tenha voltado atrás e decido em manter a isenção entre pessoas físicas, segue valendo a regra – que sempre existiu – de tributação de 60% sobre o valor de compra no exterior.

O que vai mudar, segundo o governo tem divulgado – seja via ministério da Fazenda ou via Receita Federal – é que a fiscalização alfandegária será bem mais rígida.

A partir de uma Medida Provisória a ser anunciada, diz o governo, o exportador vai ter que prestar declaração antecipada com seus dados e dados do comprador, além do produto.

Assim, a tributação de 60% sobre o valor da compra deverá ser aplicada nas compras realizadas em sites internacionais, como a Shopee, Shein e AliExpress, os mais populares no país.

Com isso, quando a fiscalização mais ostensiva planejada pelo governo for colocada em prática, o preço dos produtos comprados em sites internacionais pode até dobrar de valor.

Entenda

Os 60% de tributação sobre a compra incide não apenas sobre o preço do produto, mas também sobre outros custos da compra, como frete ou algum seguro adquirido na transação.

Além disso, se a compra passar dos US$ 500, deve ser somado ainda o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço), que pode variar de 17% a 25%, conforme o estado. 

Por exemplo: se a pessoa compra um vestido na Shein e gasta um total de US$ 40 (cerca de R$ 200, na cotação atual), o imposto a ser pago pela importação (60%) é de US$ 24 (cerca de R$ 120). Ou seja, o total da fatura ficaria em R$ 340,00.

Em uma compra de valor maior, como um videogame, por exemplo, que custa cerca de US$ 540 (R$ 2.700), o valor final deve ser calculado da seguinte forma:

Preço do produto + 60% de imposto de importação — US$ 864 (R$ 4.320) + mais o percentual de ICMS.

Se a compra for para São Paulo, que tem uma alíquota de ICMS de 18%, o valor final fica em US$ 1.019,52 –  R$ 5.097,60. Se essa mesma compra for para um estado com alíquota de 25% de ICMS, como Minas Gerais, o valor final será de R$ 5.400, ou o dobro do valor do produto.

*Reportagem de Diego Mendesda CNN Brasil

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