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Crise na Americanas: Entregas vão atrasar? Cashback do Ame pode mudar? Como fica o BBB?

Crise na Americanas: Entregas vão atrasar? Cashback do Ame pode mudar? Como fica o BBB?

Foto: Reprodução/Valor Economico/Globo

Analistas explicam que pouco muda para os clientes após rombo de R$ 20 bi na empresa.

O rombo de R$ 20 bilhões no balanço da Americanas não assusta apenas investidores, mas traz dúvidas aos clientes da varejista. Os preços vão se manter? Fecharão lojas? Produtos ficarão mais caros ou mais baratos? A empresa vai manter o patrocínio do Big Brother Brasil, com cupons de desconto e promoções ao vivo?

Ainda não há dimensão de se, como e quando a crise na Americanas chegará aos consumidores, mas, para especialistas, pelo menos por enquanto, isso é um cenário distante.

Para Dario Menezes, diretor executivo da Caliber, consultoria de reputação corporativa, apesar da repercusão do caso, as pessoas ainda mantêm a relação de confiança com a marca:

— Tudo isso que aconteceu impacta a percepção da Americanas perante públicos mais especializados, como os investidores, mas é distante da sociedade. Não é um caso de manipulação de preço ou tática de venda casada, por exemplo. Na base do consumo, os preços baixos, amplo portfólio e conveniência da marca continuam de pé.

A Americanas afirmou que, por enquanto, não dará informações além do que foi divulgado nos comunicados ao mercado.

Já em seu aplicativo e no site, a marca compartilhou um comunicado aos clientes, afirmando que “ajustes contábeis que se fazem necessários poderão incorrer em uma adequação patrimonial.”

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  • BBB é fonte de renda

A notícia do rombo veio às vésperas do início do BBB 2023. Menezes, da Caliber, lembra que a Americanas ganhou espaço entre os patrocinadores do programa nos últimos anos, e que, em 2022, o contrato foi “salutar”. Por isso, ele não vê risco de uma possível rescisão do patrocínio. Procurada, a TV Globo não se manifestou.

— Esse contrato já está firmado há muito tempo, e com penalidade muito elevada. A Americanas foi ampliando esse acordo porque ele é muito favorável. Expõe a marca e alavanca as vendas. Se a empresa precisa de dinheiro agora, o BBB é a fonte — diz Menezes.

Para André Pimentel, sócio da Performa Partners, de reestruturação financeira, por se tratar de uma inconsistência contábil, o rombo detectado não tem relação com o caixa da Americanas. Ou seja, não tem efeito imediato e prático no funcionamento de lojas físicas e do e-commerce.

Além disso, os preços dos produtos não devem mudar. Analistas consultados pelo GLOBO, porém, avaliam que, a médio prazo, pode haver mudanças nas negociações com fornecedores, o que possivelmente acarretaria escassez de alguns itens.

Já quem comprou na varejista recentemente se preocupa com o cumprimento dos prazos de entrega. Para Ricardo Morishita, professor de Direito do Consumidor do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), não é possível prever o que pode acontecer.

Ele ressalta que a empresa precisa reafirmar seu compromisso com a transparência aos consumidores e cumprir os prazos e preços ofertados.

— A empresa está numa situação de risco? É responsabilidade dela se comunicar e ser transparente não apenas com investidores, mas também com os consumidores — diz. —Todos aqueles que tiverem alguma dúvida, receio ou insegurança precisam ser informados pela empresa.

  • AME: pode-se recorrer ao BC

Outra dúvida de consumidores diz respeito ao Ame Digital. A fintech da Americanas foi lançada em 2018 como uma plataforma de cashback, mas já oferece transações financeiras como pagamentos e seguros.

Morishita lembra que, além da responsabilidade da empresa em fornecer informações a quem tiver dúvidas ou se sentir lesado, pode-se recorrer ao Banco Central:

— No caso da Ame, estamos falando de uma instituição autorizada pelo Banco Central. O cidadão consumidor também pode procurar os canais de atendimento do Bacen, que é o regulador, para denunciar e questionar possíveis problemas.

E, como a inconsistência contábil não deve ter efeito direto e imediato nas lojas, também não deve haver demissões, diz Daniel Dias, CEO da consultoria de e-commerce ZDias.IO. Mas ele não descarta dispensas no médio prazo caso a Americanas precise cortar custos:

— A empresa está com uma dívida muito alta e precisa reduzir custos, comprando menos, reduzindo tempo de estoque. E isso pode levar a uma eventual onda de demissões.

Reportagem de Leticia Lopes e Julia Noia — Rio/O Globo

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