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Alopurinol age contra gota; saiba para que serve e como tomar

Alopurinol age contra gota; saiba para que serve e como tomar

Alopurinol serve para doenças como gota; entenda como tomar - Getty Images

O alopurinol é um medicamento que pode ser usado contra problemas envolvendo ácido úrico no organismo. O medicamento está disponível no mercado desde a década de 1960.

Quando o organismo produz ácido úrico em excesso ou os rins não o filtram adequadamente, ele pode se acumular, formando cristais minúsculos nas articulações e ao redor delas. Surge assim uma condição conhecida como gota, que provoca sintomas como dor intensa e inchaços nas articulações, principalmente nos pés, tornozelos e joelhos.

Além disso, o excesso de ácido úrico (hiperuricemia) aumenta o risco de pedras nos rins, ou seja, aparecem pequenos cristais no órgão.

A seguir, veja detalhes sobre o alopurinol, formas de uso e contraindicações.    

Alopurinol: para que serve e como tomar

O que é alopurinol?

O alopurinol pertence a um grupo de medicamentos chamados inibidores enzimáticos, que ajudam a diminuir os níveis de ácido úrico no sangue. Por isso é indicado para tratar gota e pedras nos rins.

Vale destacar que alopurinol não é um anti-inflamatório ou analgésico. Trata-se de um inibidor da xantina oxidase, que é a enzima que produz ácido úrico no organismo, por isso o reduz.

Para que serve o alopurinol?

O uso de alopurinol serve para:

  • Gota (ou artrite gotosa);
  • Pedra nos rins;
  • Tofos gotosos (nódulos cutâneos);

Síndrome Lesch-Nyhan e doença de Von Gierke --condições que alteram enzimas que levam a uma produção elevada de ácido úrico no organismo;

Prevenção da síndrome da lise tumoral (complicação em quem realiza quimioterapia).

Como tomar o alopurinol?

Tome alopurinol exatamente como foi prescrito pelo seu médico. Engula os comprimidos de alopurinol acompanhado com um copo cheio de água, de preferência após as refeições.

Geralmente, ele é indicado para ser ingerido uma vez ao dia, mas o médico pode aconselhá-lo a dividir a dose e tomá-lo duas vezes ao dia. Alopurinol deve ser consumido a qualquer hora do dia, no entanto, o ideal é que seja ingerido sempre na mesma hora.

Para o tratamento de gota a longo prazo, a dose inicial recomendada de alopurinol é de 100 mg por dia (a ser aumentada em 100 mg a cada duas ou cinco semanas). A dose máxima diária de alopurinol é de 800 mg.

Pode ser necessário alguns ajustes em pessoas que apresentem redução da função renal. Evite aumentar ou reduzir as doses prescritas pelos especialistas, assim como o tempo de tratamento indicado.

Quais os efeitos colaterais do alopurinol?

Este medicamento é considerado seguro e eficaz quando usado adequadamente. Porém, entre os efeitos colaterais do alopurinol, podemos citar:

  • Náuseas e vômitos;
  • Reações cutâneas, como prurido e vermelhidão na pele;
  • Sonolência, tontura e sensação de desequilíbrio.

Em casos mais raros, causa:

  • Diabetes;
  • Insuficiência renal;
  • Dor de cabeça;
  • Necrose hepática (morte do tecido do fígado);
  • Nefrite (inflamação no rim);
  • Vasculite (inflamação de vasos sanguíneos);
  • Pressão alta.

Vale reforçar que, em alguns casos, provoca reações alérgicas graves que necessitam de atendimento médico imediato.

Procure um hospital se sentir:

  • Dificuldade para respirar;
  • Inchaço no rosto, corpo e boca;
  • Dor muscular;
  • Fraqueza excessiva;
  • Sensação de garganta fechada;
  • Febre;
  • Dor de garganta;
  • Ardor nos olhos;
  • Vermelhidão, bolhas roxas e descamação na pele.

Alopurinol emagrece?

Não. Em alguns casos, o medicamento provoca náuseas e vômitos, além de desconfortos no estômago, diminuindo o apetite e a ingestão de alimentos. Dessa forma, provocaria o emagrecimento.

No entanto, o alopurinol causa a perda de peso e, por isso, não é indicado para quem deseja emagrecer. Nessas situações, a recomendação é praticar exercícios físicos regularmente e manter uma alimentação saudável e balanceada.

Quem não deve tomar o alopurinol? Grávida deve evitar?

Crianças menores de 10 anos não devem usar o alopurinol.

Mulheres grávidas ou que estejam amamentando também devem evitar o uso, já que não há pesquisas que apontem a sua segurança nessas situações —não existem dados sobre a possível excreção do medicamento no leite materno ou que seja seguro para o feto.

Além disso, não deve ser usado por pessoas com sensibilidade aos componentes do medicamento.

Quais são as apresentações disponíveis?

Suas formas de apresentação são: comprimidos de 100mg e 300mg.

O alopurinol é a substância ativa dos medicamentos com os seguintes nomes comerciais: Zyloric®, Xantur®, Labopurinol®, Lop Zyloric®, Xantur®, Labopurinol® e Lopurax®. Também já está disponível no Brasil como medicamento genérico.

Como é considerado um medicamento essencial e consta da Rename 2022 (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais), pode ser obtido nas farmácias do SUS (Sistema Único de Saúde), ao apresentar a receita médica.

Como funciona no organismo?

O alopurinol é um inibidor da enzima xantina oxidase. Portanto, ao ser ingerido, ele diminui os níveis de ácido úrico no plasma e na urina por meio da inibição desta enzima.

Idosos podem usar alopurinol?

Sim. Em idosos, deverá ser utilizado na menor dose necessária para o efeito desejado, com ajuste em condições especiais como insuficiência renal e hepática (quando rins e fígado não funcionam adequadamente).

Interações medicamentosas

Deve-se atentar ao uso se você estiver usando outros medicamentos. Isso porque algumas medicações não combinam com o alopurinol —alterando ou reduzindo seu efeito.

É fundamental avisar ao médico caso esteja fazendo uso (ou tenha usado recentemente) as substâncias abaixo descritas:

  • Azatioprina ou mercaptopurina;
  • Clorpropamida;
  • Ciclosporina;
  • Antibióticos (como ampicilina ou amoxicilina);
  • Anticoagulantes (como varfarina);
  • Antiácidos;
  • Diuréticos.

Interação com alimentos

O uso concomitante de álcool diminui a efetividade do alopurinol. É importante evitar o consumo em excesso de alimentos com altas doses de vitamina C (ácido ascórbico), pois acidifica a urina e aumenta o risco de formação de cálculos renais.

Quais as vantagens e desvantagens de usar alopurinol?

É considerado um medicamento de primeira linha de tratamento para redução do ácido úrico, por reduzir a síntese da substância de forma efetiva quando comparado a outros remédios. Também possui um efeito cardioprotetor.

Entre as desvantagens, destaca-se o risco de reação alérgica em indivíduos com hipersensibilidade.

Por quanto tempo usar o alopurinol?

A dosagem e o período de uso de alopurinol são baseados nas condições clínicas e resposta do indivíduo ao tratamento.

Se o alopurinol funcionar para você, talvez seja necessário tomá-lo pelo resto da vida para tratar a gota e pedras nos rins. Lembrando que qualquer medicamento não deve ser descontinuado ou iniciado sem orientação médica.

Há interferência em exames laboratoriais?

Sim. O uso de alopurinol reduz os níveis de ácido úrico. Além disso, também poderá alterar enzimas do fígado, em alguns casos, sendo necessário controle por meio de exames.

Já foram relatadas situações onde o alopurinol interferiu nos seguintes exames laboratoriais: aumentou a fosfatase alcalina, bilirrubinas, TGO, TGP, ureia e creatinina, além de reduzir a quantidade de hemácias e plaquetas.

O que fazer quando esquecer de tomar o alopurinol?

Tome-o assim que lembrar e reinicie o esquema de uso do medicamento. Não é recomendado dobrar a dose de uma vez para compensar a que foi esquecida. Tente usar um alarme para se lembrar do horário de seus remédios para não comprometer a eficácia do tratamento.

Como guardar o alopurinol?

É importante manter o medicamento no recipiente fechado e longe do alcance de crianças. Deve ser armazenado em temperatura ambiente e longe do excesso de calor e umidade..

Reportagem de Samantha Cerquetani - Colaboração para VivaBem/UOL

Fontes: Ana Luísa Sella, reumatologista e professora do curso de medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Levi Jales Neto, reumatologista da Rede de Hospitais São Camilo (SP); e Maria Fernanda Barros de Oliveira Brandão, farmacêutica assessora técnica do CRF-BA (Conselho Regional de Farmácia da Bahia).

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