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Com 60% dos casos, crianças foram as mais afetadas por síndromes gripais em setembro no CE

Com 60% dos casos, crianças foram as mais afetadas por síndromes gripais em setembro no CE

Legenda: Casos de síndrome gripal se concentraram em crianças e adolescentes no último mês de setembro, no Ceará - Foto: Kid Jr

Ao longo de todo o mês passado, foram registrados ao total 13,28 atendimentos por síndromes gripais nas UPAs cearenses

Setembro de 2022 atingiu o maior número de atendimentos por síndromes gripais no Ceará quando comparado a iguais períodos de 2020 e 2021, tendo as crinças e jovens a maior prevalência de casos. 

Conforme levantamento do Diário do Nordeste, com base nos números da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, o mês passado fechou com 388 atendimentos, o que confere média diária de 13,28 atendimentos por síndromes gripais nas UPAs cearenses.

Deste total, quase 63% estão na faixa etária de 0 a 14 anos. No ano passado, a maior prevalência foi registrada entre o público de 20 a 34 anos que, juntos, responderam por 40% dos atendimentos. Em 2020, os casos se concentram entre a faixa etária de 25 a 39 anos (44%). 

Em setembro do ano passado, foram 255 atendimentos, totalizando média de 8,5 acolhimentos por dia. Já em igual mês de 2020, o índice foi ainda menor, quando foram registrados 221 atendimentos, com média diária de 7,37. 

A infectopediatra do Hospital Infantil Albert Sabin, Michelle Pinheiro, explica que os números deste ano podem ter correlação com o período da florada do caju, que se inicia justamente em meados de setembro, e com as chuvas volumosas do primeiro semestre, que também contribuíram para uma boa florada do caju.

“A gente tem duas fases de doenças respiratórias em crianças, que é o período chuvoso e o período dos ventos, que a gente relaciona com a época da floração do caju", pontua. Ela detalha que “a floração do caju libera muitos alérgenos e as crianças que já tem problema respiratório são agravadas por isso”.

O vento espalha os alérgenos, não só do caju, mas de outros tipos e isso acaba sendo disseminado, não é preciso que a árvore esteja no quintal, porque o vento carrega isso no ar e as crianças mais propensas a problemas respiratórios.

MICHELLE PINHEIRO

Infectopediatra do Hospital Infantil Albert Sabin,

Já no período chuvoso - entre fevereiro e maio - há uma mudança de clima e, por esta razão, as crianças tendem a ficar mais aglomeradas e há disseminação maior dos vírus respiratórios.

CURVA EM QUEDA 

Apesar do aumento identificado entre os meses de setembro dos anos anteriores, os números são positivos quando observa-se o recorte apenas dos meses deste ano. Dos 9 meses iniciais deste ano, setembro de 2022 foi o que obteve o menor índice de atendimentos por síndromes gripais.

Janeiro, por sua vez, figura com o maior quantitativo, com 5.479 acolhimentos e média diária de 176,74 atendimentos. Sozinho, o mês representa por 45% dos 12.024 atendimentos já registrados em 2022. A média diária de atendimentos em janeiro foi de 44,21. 

Para a especialista Michelle Pinheiro, embora o  cenário seja de queda, é preciso manter vigente os cuidados da prevenção primária. “Crianças com problemas respiratórios, anualmente, devem receber a vacina da gripe e agora, dentro da faixa etária, a da Covid. Estamos num período de diminuição dos casos, mas o vírus pode retornar numa sazonalidade”.

CUIDADOS, SINAIS E ATENDIMENTO 

Sendo as crianças as mais acometidas pelas síndromes gripais neste ano, a infectopediatra Michelle Pinheiro destaca alguns cuidados específicos que pais e responsáveis devem ter para com este público. Ela inicia destacando que as crianças ou jovens que "adoecerem, devem evitar aglomeração, escola e contato com outras crianças”

Em casos leves, completa a médica, é recomendado procurar a assistência primária. "Em casos moderados e graves, [buscar] o hospital mais próximo do domicílio”, diz Pinheiro. Alguns sinais de alerta devem ser observados com cautela. "Cansaço mais intenso, febre muito alta, criança que não consegue fazer a ingestão de água e comida", são alguns deles. 

Nos casos mais graves, a criança vai ficando roxinha, mas isso é muito extremo.

MICHELLE PINHEIRO

Infectopediatra do Hospital Infantil Albert Sabin

Como se prevenir das síndromes gripais

  • Use máscara e evite torcar nos olhos, nariz e boca
  • Evite contato próximo com pessoas que apresentam sintomas gripais
  • Esteja com o calendário vacinal em dias 

A síndrome gripal tem um ciclo de aproximadamente 7 dias. Se os sintomas se agravarem após este período, procure uma unidade de saúde.

Importantes diferenças entre Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pela Covid-19

  • Desconforto respiratório, falta de ar, saturação de oxigênio menor que 92% em ar ambiente ou coloração azulada dos lábios e rosto são sintomas da Síndrome Grave, que estão em absoluta queda no Ceará. 
  • Já Síndrome Gripal limita-se em sintomas como febre, dor de garganta ou corpo coriza, tosse, vômito e diarreia 

Escrito por André Costa e Lucas Falconery/Diário do Nordeste

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