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Tráfico de fósseis: Polícia Ambiental do Ceará vai fiscalizar pedreiras diariamente para coibir a prática

Tráfico de fósseis: Polícia Ambiental do Ceará vai fiscalizar pedreiras diariamente para coibir a prática

A incogemina nubila, encontrada no Ceará — Foto: Divulgação/Ubes

Série de reportagens do G1 mostrou ausência total de fiscalização federal e necessidade de atuação preventiva do governo estadual.

De uma reunião entre a direção do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens e o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), que atua na região do Cariri, saiu uma decisão que pode impactar no tráfico de fósseis na Bacia do Araripe, no interior do Ceará. Os policiais ambientais irão incluir na rota diária de fiscalização as minas de extração de calcário laminado, nas quais surge o crime.

O G1 publicou, no início deste mês, uma série de reportagens sobre o tráfico de fósseis existente na região. Um dos principais fatores apontados para o favorecimento do crime é a ausência de fiscalização. A atividade, que é dever do governo federal, foi abandonada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), conforme especialistas e órgãos de investigação federais.

Em nota enviada ao G1, a Polícia Militar informou que, na reunião, os órgãos deliberaram uma necessidade de maior aproximação e cooperação entre BPMA e URCA/Geopark/Museu de Paleontologia. "Ficou definido que haveria uma maior e mais incisiva fiscalização por parte do BPMA da PMCE, principalmente em pedreiras na Bacia do Araripe, locais nos quais há o maior registro de apreensão de fósseis", afirma a nota.

Em relação aos fósseis apreendidos em atividades de fiscalização e operações do BPMA, a PM informou que solicitou que os vestígios fossem encaminhados para doação ao Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN), a fim da incorporação à coleção científica.

O estado do Ceará também estava ausente no que diz respeito às ações repressivas, como a atuação do BPMA nessas regiões. A Chapada do Araripe tem uma das três regiões fossilíferas mais importantes e bem preservadas do mundo, com registros de animais e plantas, incluindo dinossauros, que viveram na região há mais de 110 milhões de anos.

Fósseis achados no Ceará e contrabandeados na Europa são vendidos por até 100 mil euros — Foto: MPCE/Divulgação

De acordo com o diretor do Museu de Paleontologia, Allysson Pontes, a reunião ocorreu na semana passada, e a direção foi procurada pelo BPMA a pedido do Governo do Estado do Ceará. Desde o ano passado, há um grupo de trabalho formado por órgãos estaduais, federais e entidades da região.

Segundo o pesquisador, a partir de agora, os militares "vão incluir as pedreiras de mineração na rota diária. Vão passar diariamente nas pedreiras para recolher todo e qualquer fóssil que seja coletado e identificado lá". A ação preventiva era requerida pelos especialistas, uma vez que não há atuação da ANM ou do Ibama na região.

"Com a presença da polícia fardada, a gente espera que tenha um impacto nesse material que surge nas pedreiras. Esse material por eles apreendido será destinado ao Museu de Paleontologia para preservar os fósseis, guarda-los com segurança e de forma adequada", acrescentou o diretor.

Tráfico de fósseis no Ceará — Foto: Arte/G1

Por Cadu Freitas, G1 CE

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