Covid-19: laboratório da UFCA deve analisar 240 testes por semana
A Coordenadoria da Regional Sul, da Secretaria da Saúde (Sesa), deverá encaminhar os kits de testagem, além de enviar profissionais que farão os procedimentos. - Foto: Foto: Divulgação |
Segundo a direção, as reformas no espaço devem ser finalizados esta
semana.
a Coordenadoria da Regional Sul, da Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará,
com abrangência em 45 municípios do Centro-Sul, deverá encaminhar os kits de
testagem, além de enviar profissionais que farão os procedimentos.
Reforço importante na testagem de pacientes com suspeita de Covid-19, um
laboratório da Universidade Federal do Cariri (UFCA), em Brabalha, está
recebendo os últimos preparativos para começar a realizar testes moleculares
para detecção do novo coronavírus.
Segundo a direção, o espaço está passando por reformas, que devem ser
finalizadas nesta semana. Após isto, serão enviados kits de testagem e
profissionais para execução dos procedimentos.
A estimativa é poder realizar cerca de 40 testes por dia, com funcionamento
de segunda a sábado - totalizando 240 testes por semana.
Além disso, segundo o diretor da Famed da Faculdade de Medicina da UFCA,
professor Cláudio Gleidston, a realização dos procedimentos no Cariri
envitam uma série de eventualidades. “Os riscos são vários: a perda da
amostra, o manuseio inadequado dela, a demora da sua chegada ao Lacen
Central e de retorno do resultado”, cita.
“Falando de uma doença que pode causar sérias lesões nos pulmões tão
rapidamente, o tempo é um fator fundamental para recuperarmos um
paciente.”
O espaço para testagem fica no Laboratório de Patologia Experimental
(Lapex), na Faculdade de Medicina da UFCA, que está dividido em quatro
espaços. São eles a sala de triagem, sala de extração, sala de mixagem e
sala de leitura.
Para entrar na última, onde fica o aparelho de testagem, é necessário uma
proteção mais rigorosa, com utilização de propé (sapatilhas descartáveis),
avental, luvas, máscara, gorro, óculos (ou protetor facial).
Ceará
Hoje, todos os resultados de todos os testes feitos no Estado são
processados em Fortaleza, seja pelo Laboratório Central de Saúde Pública do
Ceará (Lacen) ou por instituições parceiras. São elas a Universidade Federal
do Ceará (UFC), o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e a
Universidade de Fortaleza (Unifor).
Agora, a UFCA espera a certificação para poder auxiliar na testagem. Ainda
no fim de abril, duas auditoras do Lacen foram ao Cariri para a verificação
das instalações.
Além de Gleidston, participam do projeto a professora Saly Lacerda (doutora
em Ciências da Saúde) e os professores Roberto Flávio Fontenelle (doutor em
Biologia Oral e Osteoarticular, Biomateriais e Biofuncionalidade) e Marcos
Antônio Pereira (doutor em Biotecnologia em Saúde).
Também compõe a equipe a técnica de laboratório, Racquel Oliveira, doutora
em Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Medicamentos.
Funcionamento
A previsão é que o laboratório funcione de segunda a sábado, das 8h às 20h,
sem pausas. Nos domingos, o ambiente passará por limpeza e desinfecção. Os
testes devem ser realizados por duas equipes, que trabalharão por 6 horas
diárias, cada.
“Vamos utilizar o RT PCR (“reação em cadeia da polimerase em tempo real”,
em tradução livre), que é um equipamento que amplia o material genético do
vírus até a sua detecção, tanto qualitativa quanto quantitativamente. A
vantagem de um RT PCR frente a outros equipamentos que também identificam
material genético de micro-organismos, é que, no RT PCR, posso analisar mais
amostras de uma só vez, o que amplia a capacidade de testagem”, afirma
Gleidston.
Segundo ele, o RT-PCR amplia a capacidade para 46 amostras a cada 12 horas,
enquanto o convencional, utilizando gel, só consegue realizar o ensaio
simultâneo de 8 amostras, no mesmo período.
Certificação
Após a certificação do Lacem, a Coordenadoria da Regional Sul, da
Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará, com abrangência em 45 municípios do
Centro-Sul, deverá encaminhar os kits de testagem, além de enviar
profissionais que farão os procedimentos. A Coordenadoria também deverá
intermediar o contato dos pesquisadores da UFCA com os profissionais, na
ponta, que coletam as amostras de pacientes.
“Faremos uma videoconferência com esses profissionais, explicando o
protocolo adequado de coleta e de transporte. Depois, vamos treinar
farmacêuticos selecionados pela Regional para a manipulação das amostras no
laboratório da Famed, o que deve durar um dia e meio. Com os equipamentos
calibrados, com os profissionais treinados e com os kits à disposição, o
laboratório será blindado por dois dias, para assegurar um ambiente adequado
para a manipulação biomolecular. Depois disso, o laboratório poderá começar
imediatamente a realizar os exames”, ressalta Gleidston.
No local, foi trocado o sistema hidráulico e houveram melhorias na parte
elétrica, além da instalação de um nobreak, equipamento que mantém
fornecimento de energia em caso de queda na distribuição. Também foi
instalado um outro ar condicionado, para manutenção da temperatura no
laboratório. Os profissionais que atuarão no espaço terão que ser vacinados,
conforme calendário de vacinação nacional, contra doenças como H1N1, tétano,
tuberculose e hepatite.
Fonte: Diário do Nordeste