News Breaking
Live
wb_sunny

Breaking News

Empréstimos com veículo como garantia aumentam 275% em dois anos

Empréstimos com veículo como garantia aumentam 275% em dois anos

RafaPress/Getty Images

Com aumento do endividamento de famílias, os empréstimos que usam bens pessoais como garantia são opção para fugir dos juros altos.

As famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas e inadimplentes, segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Em 2022, a cada cem famílias, 78 estavam com dívidas – é um recorde para a série histórica da Peic, iniciada em 2010.

Entre 2020 e 2022, a proporção de famílias endividadas no país aumentou de 66,5% para 77,9%. No mesmo período, a taxa básica de juros, a Selic, aumentou de 2% para os atuais 13,75%.

Com os juros elevados e a inflação corroendo o poder de compra do dinheiro, a solução para muitos brasileiros é buscar formas alternativas de crédito, que ofereçam taxas melhores de empréstimo.

É o caso do auto equity – modalidade de empréstimos que usam os automóveis como garantia de pagamento, com acesso a mais dinheiro, mais prazo e menos juros.

Dados da Creditas concedidos à Forbes mostram que, entre 2020 e 2022, a busca por crédito com garantia em automóveis aumentou 275%. As principais intenções de uso para o dinheiro foram: quitar dívidas (aumento de 210%) e empreender (223%).

Luana Bichuetti, vice-presidente de auto equity na Creditas, afirma que o aumento de empréstimos na categoria nos últimos dois anos é positivo, mas ainda limitado.

“Existe uma barreira de entendimento do que é o produto em si. No mercado internacional é muito comum o uso de bens próprios como garantia, no Brasil não. As pessoas têm medo, acham que a partir do momento que você aliena o carro ou a casa, os bens não são mais seus”, diz Bichuetti.

Entretanto, para a vice-presidente, ao descobrir do que se trata o produto, a opção se torna atrativa para quem está em busca de dinheiro. “Os juros estão muito altos, então o cliente quer opções. Quando ele descobre que o auto equity oferece parcelas prolongadas, juros menores e acesso a um volume maior de dinheiro, passa a ser um negócio atrativo”, segundo Bichuetti.

Na Creditas, o cliente pode solicitar de R$ 5 mil a R$ 150 mil com o empréstimo, a depender do valor do veículo, que pode ser alienado em até 90%. O prazo de pagamento é de 60 meses e os juros são de 1,49% ao mês.

Para efeito comparativo, em fevereiro, a taxa média de juros para empréstimo pessoal estava em 7,66% ao mês, conforme levantamento do Procon-SP. Já no cheque especial, o juros médio mensal praticado pelos bancos foi de 7,96% – próximo ao teto estabelecido pelo Banco Central, de 8% ao mês.

Além da Creditas, outras instituições oferecem o auto equity. No Banco Pan, por exemplo, o veículo pode ser alienado em até 100% do seu valor e a taxa de juros mensal é de 1,39%. Outras instituições que oferecem estes empréstimos são Banco do Brasil, Santander, Banco BV, C6 Bank e mais.

Bichuetti acredita que a modalidade continuará crescendo neste ano, visto que a taxa Selic seguirá alta por mais tempo, segundo sinalizações do Banco Central. Além disso, a CNC projeta que os níveis de endividamento das famílias brasileiras também continuarão altos.

“É importante que as pessoas entendam que alienar o veículo para um empréstimo não significa perdê-lo. O automóvel continua com as pessoas, é só uma garantia para o caso de não cumprimento das parcelas e, ainda assim, não é feito de uma hora para a outra”, diz a vice-presidente.

*Reportagem de Monique Lima/Agência Fobes Brasil

Tags

Inscrição no boletim informativo

Sed ut perspiciatis unde omnis iste natus error sit voluptatem accusantium doloremque.