Empresária de Juazeiro do Norte viraliza com relato de manchas no rosto após tratamento para camuflar as olheiras: “Constrangida”
Joyce Ferreira mostra procedimento estético que não saiu como esperadoJoyce Ferreira mostra procedimento estético que não saiu como esperado Reprodução/Instagram |
Chamada de “maquiagem permanente”, a técnica não é recomendada por dermatologistas. Entenda o caso.
A empresária Joyce Ferreira, de Juazeiro do Norte (CE), viralizou nesta semana ao relatar um procedimento estético que não saiu como esperado. A vítima usou os stories do Instagram para contar o que passou e alertar os seguidores sobre a camuflagem permanente das olheiras com tatuagem. Em fotos e vídeos, conta que a técnica foi feita por uma profissional conhecida na Região Metropolitana do Cariri, no Ceará, mas não obteve o fim desejado. Em vez de disfarçar a coloração escurecida da região, acabou ganhando manchas brancas abaixo dos olhos.
“Eu fui à clínica em junho de 2018, quando tinha 21 anos. Foi o primeiro procedimento estético que fiz na vida. Minhas olheiras me incomodavam desde criança e o incômodo aumentou quando ganhei meu bebê”, conta Joyce em entrevista à Glamour.
Na época, Joyce investiu cerca de R$ 2 mil para a profissional criar um pigmento idêntico ao tom de sua base a ser aplicado na região das olheiras, mas, após a primeira sessão, feita com um suposto especialista de São Paulo, a empresária notou que as olheiras estavam manchadas. A dona da clínica, por sua vez, explicou que a uniformização completa viria depois da segunda sessão.
“No começo, ela pedia fotos todos os dias para saber como estava [o procedimento]. Depois que aconteceu, ela começou a se isentar e me mandou resolver com ele [o profissional de São Paulo]. Ela me disse que não tinha varinha mágica para consertar o que tinha feito e fechou a clínica”, lembra.
Joyce até já tentou reverter o procedimento para amenizar a mancha da pele com laser e peeling, mas por conta da coloração muito clara, o tratamento não consegue ser efetivo. A empresária abriu um processo contra a profissional há cerca de 3 anos, por isso, não pode revelar os nomes dos envolvidos. Mas, até o momento, a justiça ainda não deu andamento ao caso.
“É muito difícil conviver com isso. Qualquer pessoa que me vê sem maquiagem pergunta, até as crianças. Fico constrangida de acordar assim ao lado de alguém – sou casada e sempre durmo com maquiagem pelo menos na região do olho. É frustrante ver a mancha todos os dias pela manhã. Quando falo sobre o assunto sempre me dói muito, causa tristeza e, ao mesmo tempo, raiva dessas pessoas continuarem impunes e outras continuarem acreditando nesse procedimento”, lamenta.
O dermatologista Victor Bechara, professor de Cosmiatria e de Doenças Dermatológicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o procedimento de camuflagem definitiva é realizado por meio de um equipamento com pequenas agulhas para aplicar um pigmento que se assemelha ao tom da pele a fim de uniformizar a região como cicatrizes e estrias.
“Entretanto, a camuflagem não é recomendada na região de olheiras por nós médicos dermatologistas. É uma área altamente vascularizada, com pele delicada e fina e com uma circulação linfática lenta com tendência em alguns pacientes a ter inchaço local. O pigmento não resolve todos os casos e, inclusive, pode causar alergia e até mesmo infecção, sendo uma área altamente arriscada”, explica o médico.
Victor reforça que existem várias alternativas disponíveis para melhorar as olheiras e para decidir o tratamento. O primeiro passo é consultar um médico para avaliação. De modo geral, os procedimentos dependem de cada tipo de olheira, mas vão de lasers e luz pulsada até peeelings e preenchedores para driblar o escurecimento em razão do volume.
*Reportagem de Carolina Merino (@caamerino) Glamour Pele/O Globo