News Breaking
Live
wb_sunny

Breaking News

Gastroenterite: sintomas, o que comer, causas e tratamento

Gastroenterite: sintomas, o que comer, causas e tratamento

Gastroenterite afeta o aparelho digestivo, causando náuseas e cólicas, entre outros sintomas — Foto: Istock Getty Images

Médico gastroenterologista explica como ocorre a transmissão da doença e como o indivíduo pode evitá-la com alguns hábitos simples de prevenção.

​Gastroenterite é uma doença infecciosa comum, que acomete estômago, intestino delgado ou grosso. E que anda pegando de crianças de creche a adultos nos últimos dias em alguns locais do país, deixando muita gente de molho em casa ou até mesmo precisando de soro intravenoso em emergências hospitalares.​ Pode ser causada por vírus, bactérias e parasitas e, assim como outros problemas de saúde, a gastroenterite acaba interferindo na rotina de quem a pega, inclusive do atleta, principalmente pela possiblidade de desidratação. Abaixo, entenderemos principais causas, sintomas e tratamento, veremos uma lista do que comer e do que não comer e ainda cinco dicas de prevenção.

A doença pode ocorrer em qualquer época do ano, porém, com a elevação das temperaturas, o quadro pode ser mais grave, já que é comum transpirar mais, o que aumenta o risco de desidratação. Especialmente num país tropical como o Brasil, é indicado seguir alguns cuidados para não ter a rotina de treinos interrompida devido à gastroenterite, independente da época do ano. Para nos ajudar a entender melhor sobre a doença, o EU Atleta conversou com o médico gastroenterologista Celso Mirra de Paula e Silva.

Sintomas

  • Náuseas
  • Vômitos
  • Diarreia
  • Febre
  • Dor abdominal
  • Desidratação

Causas e tipos da gastroenterite

O médico Celso Mirra de Paula e Silva explica que a gastroenterite pode ser causada por:

  • Vírus - responsáveis por 50% a 70% dos casos, principalmente rotavirus e norovirus, mas também adenovírus;
  • Bactérias - respondem por 15% a 20% dos casos; principalmente estafilococos, shigella,​ ​salmonela e clostridium;
  • Parasitas (vermes) - respondem por 10% a 15% dos casos, principalmente giardia e ameba.

A doença pode acometer o aparelho digestivo quando o indivíduo ingere algum alimento ou água contaminados. Além disso, pode ser transmitida de pessoa para pessoa, quando um indivíduo contaminado não lava bem as mãos, por exemplo.

Existem casos leves e mais graves da doença (normalmente causada por vírus e bactérias). Os sintomas são parecidos nos diversos tipos de gastroenterite, são eles: diarreia, mal-estar, vômitos e náuseas, febre, dor muscular, cólicas abdominais, dor de cabeça, entre outros. Quadros mais graves apresentam maior possibilidade de desidratação, que pode levar a outras complicações. Segundo Celso Mirra, os principais tipos são:

  • ​ Gastroenterite aguda - Dura de poucas horas a 2 semanas, é a mais frequente;​
  • ​ Gastroenterite persistente - Dura entre 14 e 30 dias;
  • Gastroenterite crônica - Dura mais de 30 dias.

Gastroenterite em atletas

A atividade física não é recomendada durante a gastroenterite, pois pode levar ao prolongamento do​ ​tempo de enfermidade ou ao seu agravamento — Foto: Istock Getty Images

O médico gastroenterologista esclarece que a doença pode interferir na coordenação motora do atleta, na capacidade de treinar e​ ​competir, pois causa dor, vômitos, diarreia e, mais grave, desidratação. Durante o curso da doença, a atividade física não é recomendada, pois pode levar ao prolongamento do​ ​tempo de enfermidade ou ao seu agravamento.

— Mesmo uma doença infecciosa aparentemente simples requer um período suficiente de​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ ​ convalescência e recuperação, durante o qual o exercício deve ser evitado. A desidratação e o quadro infeccioso podem, em certos casos, interferir no Passaporte​ ​Biológico do Atleta (PBA), registrando alterações laboratoriais sanguíneas que podem induzir a ​falsa suspeita de "dopping" gerando transtornos para o atleta e equipe — explica Celso Mirra.

​Dependendo do tipo de vírus, bactéria ou parasita, a gastroenterite pode durar de algumas horas a até dias, mas usualmente não mais do que uma semana. A maioria das infecções​ é autolimitada. Segundo o médico, o retorno à prática do esporte deve ser progressivo. O atleta não deve apresentar febre, e precisa estar bem hidratado e assintomático, com exames de sangue normais​ (principalmente hemograma, eletrólitos e PCR).​

​O gastroenterologista indica que a volta dos exercícios de treinamento seja feita de forma progressiva até evoluir para cargas e intensidades realizadas durante a preparação de competições.

Tratamento

Em caso de quadro leve, o tratamento visa a hidratação, ou seja, o indivíduo deve ingerir líquidos, bebidas com sais de reidratação, água e água de coco, por exemplo. No caso da alimentação, o ideal é comer alimentos leves e de fácil digestão. Já quando ocorre uma infecção confirmada pelo médico, muitas vezes, pode ser necessário o uso de antibióticos ou de antiparasitários, além da hidratação e alimentação leve. Em ambos os casos, também é importante fazer repouso.

O que comer

Além de beber bastante água, água de coco e, se necessário, soro caseiro, é bom estar atento à alimentação durante a doença. Alimentos ricos em fibras, especialmente os integrais, com fibras de difícil digestão, por exemplo, são ótimos normalmente, mas não são recomendados em caso de gastroenterite, pois podem intensificar os sintomas. Vale também evitar gorduras e açúcares. O que é recomendado?

Frutas ricas em água, como melancia e abacaxi, hidratam e alimentam — Foto: Istock

  • Frutas diversas sem casca, já que a casca é fonte de fibras de difícil digestão. Maçã, goiaba, pera e banana são alguns exemplos;
  • Frutas ricas em água, como melancia, melão e abacaxi;
  • Alimentos à base de cereais não integrais, como arroz branco e pão branco;
  • Macarrão não integral;
  • Tubérculos descascados e cozidos, como batatas inglesa, doce e baroa, aipim e inhame;
  • Legumes e outros vegetais sem casca cozidos, como tomate, cenoura, beterraba e chuchu;
  • Ovos cozidos;
  • Peixe cozido ou assado sem pele;
  • Frango cozido ou assado sem pele.

O que não comer

Maçã pode ser consumida, mas não com casca: o ideal é descascar para descartar as fibras de difícil digestão — Foto: Istock Getty Images

  • Frutas com casca;
  • Frutas laxativas, como ameixa e mamão;
  • Cereais integrais;
  • Alimentos feitos com cereais integrais, como pão e arroz integral;
  • Café e outras bebidas ricas em cafeína, como chá preto, chá verde, mate e refrigerantes de cola;
  • Refrigerantes em geral;
  • Frituras;
  • Carnes mal passadas;
  • Legumes e verduras crus;
  • Chocolate, que além de açúcar costuma ter cafeína;
  • Doces em geral.

5 dicas de prevenção

Para prevenir a gastroenterite, é importante que frutas, legumes e verduras sejam higienizados corretamente — Foto: Istock Getty Images

Segundo o médico gastroenterologista, a grande maioria das gastroenterites pode ser prevenida adotando princípios simples de higiene pessoal como a lavagem das mãos e uso de álcool-gel, além da seleção e cuidado na ingestão de certos alimentos. Confira alguns hábitos que devem ser seguidos:

  • Lave adequadamente verduras e legumes. Use água corrente e esfregue-os suavemente para retirar o excesso de sujeira. Depois, deixe os alimentos de molho em solução de sua preferência por 15 minutos;
  • Evite carnes cruas ou mal preparadas;
  • Tome sempre água potável, mineral ou filtrada;
  • ​ ​Se possível, principalmente em viagens, evite o consumo de frutos do mar, caranguejos, ostras ou mariscos cuja preparação você não conhece;​
  • ​Evite o uso de maionese que não seja de preparo recente e refrigeração adequada, além de ​ ​ ​ ​ ovos crus ou mal cozidos.

Reportagem de Marcela Franco, para o EU Atleta — Bauru, São Paulo/Fonte: Celso Mirra de Paula e Silva é medico gastroenterologista, membro titular da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

Tags

Inscrição no boletim informativo

Sed ut perspiciatis unde omnis iste natus error sit voluptatem accusantium doloremque.