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Ceará bate novo recorde com 2.543 internos participantes da 3ª edição da Jornada de Leitura no Cárcere

Ceará bate novo recorde com 2.543 internos participantes da 3ª edição da Jornada de Leitura no Cárcere

Foto: Ascom SAP

A presença da leitura no dia a dia das pessoas privadas de liberdade, não só permite a remição de pena, como também promove os direitos humanos e amplia as visões de mundo. Com o objetivo de promover as práticas de leitura existentes no sistema prisional brasileiro, o Observatório do Livro e da Leitura realiza a 3ª edição da Jornada de Leitura no Cárcere.

São 2.543 internos inscritos e participando de forma simultânea em 12 unidades prisionais da Região Metropolitana de Fortaleza e interior do estado. Um número recorde, com crescimento de 45% em relação ao ano de 2021 que teve participação de 1.747 internos.

A ação integra as atividades do programa Fazendo Justiça, parceria do CNJ com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para incidir em desafios no campo da privação de liberdade. O evento dará destaque à Resolução n. CNJ 391/2021, que aborda a remição de pena por meio de práticas socioeducativas.

A jornada acontece desde o dia 29 de novembro, de forma gratuita e online, com transmissão no canal oficial do CNJ no Youtube, das 14h às 16:30h. A iniciativa conta com a participação de escritores, profissionais da administração penitenciária, justiça, educadores, voluntários, egressos e pessoas privadas de liberdade e outros especialistas de todo o país.

O objetivo é debater sobre a leitura como prática de transformação social, além das novas recomendações para a remição da pena por livros lidos. Também serão apresentadas uma série de iniciativas voltadas para o acesso à leitura em unidades prisionais.

O secretário da administração penitenciária, Mauro Albuquerque, fala da importância do acesso à educação dentro das unidades prisionais. “A educação é um direito básico fundamental, principalmente para as pessoas privadas de liberdade que não tiveram a oportunidade de ter essa oferta educacional. Acredito que ensino, capacitação e trabalho são os três principais pilares para transformar e salvar vidas. Além disso, as práticas de leituras e escritas garantem a remição de pena. Só benefícios. É dever do Estado proporcionar essa chance de inclusão social e mérito dos internos em acreditarem e mudarem sua realidade”, conclui.

O interno e livreiro do projeto “Livro Aberto” da Unidade Prisional Elias Alves da Silva (UP-Itaitinga4), Adilson Vieira, fala da experiência que está tendo na Jornada de Leitura no Cárcere. “Está sendo bem interessante participar dessa iniciativa, pois estamos tendo a oportunidade de ouvir testemunhos de pessoas que saíram do cárcere. Com o conhecimento dos participantes, aprendi como ter mais amor pela leitura e de como me expressar melhor diante da sociedade. Não imaginava que fosse gostar de ler dentro do sistema prisional e hoje sou livreiro na biblioteca da unidade”, afirma.

A interna da Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF), Alessandra Gomes, agradece a oportunidade de participar. “A leitura sempre me acompanhou desde a minha infância, pois a minha mãe sempre tinha costume de ler e tomei isso como exemplo. Participar dessa jornada é reviver esses momentos que tinha quando estava em liberdade. Estou aproveitando cada minuto, pois onde tem livro, tem vida. Mesmo estando sob muros, quando estou lendo meu pensamento consegue ultrapassá-los e ir pra bem longe”, disse.

Foto: Ascom SAP

Projeto “Livro Aberto”

O projeto Livro Aberto visa a ressocialização e o desenvolvimento pessoal e educacional de pessoas privadas de liberdade, por meio da leitura de obras literárias que trazem diversas reflexões sobre temáticas sociais e, ainda, pode remir quatro dias de pena a cada leitura trabalhada. Atualmente, há 11.712 internos lendo, mensalmente, em 14 unidades prisionais do Ceará.

O interno escolhe, a cada mês, uma obra literária dentre os títulos selecionados para a leitura. O participante tem o prazo de 21 a 30 dias para apresentar o relatório de leitura ou resenha. O relatório deve ser elaborado de forma individual, presencial, em local adequado.

A resenha que atingir a nota igual ou superior a 6,0 é aprovada pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc). Depois, é levado para a vara judicial para ser avaliado sobre a redução da pena. Ao final de 12 obras lidas e avaliadas, ele terá a possibilidade de remir 48 dias no prazo de 12 meses da pena.

Doação de Livros

Para a doação de livros às bibliotecas dos presídios, é preciso que as obras estejam em bom estado de conservação e que sejam de literatura brasileira (clássico, romances e modernos), literatura estrangeira, bestsellers, autoajuda e religiosos. A entrega dos livros pode ser feita na sede da Cispe (Av. Heráclito Graça, 600) ou através do telefone (85) 3101-7718.

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