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Chuvas já estão acima da média anual em sete das 8 regiões do Ceará; entenda os impactos positivos

Chuvas já estão acima da média anual em sete das 8 regiões do Ceará; entenda os impactos positivos

Legenda: Os reservatórios cearenses foram os principais beneficiados da boa quadra chuvosa deste ano. O volume médio dos açudes subiu de 21% no início do ano para atuais 39% - Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

2022 figura com a segunda melhor distribuição pluviométrica dos últimos dez anos.

Das 8 macrorregiões que compõem o território cearense, 7 - que englobam 158 cidades, incluindo a Capital - já superaram a média pluviométrica anual. Apenas a Ibiapaba ainda não atingiu o volume de chuvas esperado para todo o ano - faltam 4%. Ainda assim, este cenário estadual se mostra relevante.

Na última década, apenas o ano de 2020 teve precipitações superior à normal climatológica em todas as macrorregiões. Em todos os outros anos, pelo menos duas regiões ficaram com índices abaixo da média. Ou seja, 2022 figura com a segunda melhor distribuição pluviométrica dos últimos dez anos.

A média pluviométrica foi superada somando o acumulado dos municípios de cada macrorregião. Isto é, há cidades, dentro dessas regiões, cuja média anual ainda não foi superada. 

O Litoral de Fortaleza desponta com o maior volume absoluto observado e, também, com o maior desvio positivo quando comparado à média histórica dos últimos 30 anos. Até agora, início de agosto, a macrorregião já registra o acumulado a 1.565,7 milímetros, o que representa 44,5% acima da normal climatológica, que é de 1.083,8 mm. 

Em seguida, está a macrorregião do Maciço de Baturité, com 1.328,1 mm, ou seja, 39,8% acima dos 950.1 milímetros referentes à média histórica. Fecha a lista das três melhores macrorregiões, o Litoral de Pecém, que choveu 24,8% acima dos 864,6 milímetros de média. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

BENEFÍCIOS 

Na prática, qual a importância desta boa distribuição pluviométrica? O titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Estado, Francisco Teixeira, destaca como principal ponto a segurança no abastecimento hídrico que fora conquistada. Conforme exemplifica o especialista, mestre em Recursos Hídricos, um dos melhore cenários é o da macrorregião de Fortaleza.

"Todos os açudes que abastecem o sistema metropolitano tiveram máxima recarga. A maioria deles, inclusive, verteu (sangrou). Nós temos segurança de abastecimento por, pelo menos, dois anos, sem que seja preciso trazer água do açude Castanhão", pontua.

O titular da SRH cita ainda que as regiões Norte, Litorânea e Serra - como o Maciço de Baturité - também tiveram importantes aportes, trazendo boa recarga aos açudes e benefício direto à agricultura e pecuária. "Das 12 bacias hidrográficas, podemos afirmar que oito estão em situação confortável", acrescenta Teixeira.

Bacia hidrográfica e macrorregião territorial têm delimitações distintas. As bacias englobam os reservatórios. Por exemplo, o baixo e médio Jaguaribe, que são bacias distintas, formam uma só macrorregião , a Jaguaribana. Desta forma, o Estado é formado por 12 bacias e 8 macrorregiões.

BOM DESPENHO

A região do Sertão Central e Inhamuns superou a média anual em apenas oito meses. Este é um fato raro. Na última década, apenas em 2020 - e agora em 2022 - a macrorregião teve chuvas acima da normal climatológica. 

Embora a média tenha sido superada em apenas 6%, o índice se torna relevante uma vez que esta é uma região que historicamente as precipitações ficam aquém da média.

"Climatologicamente, [a região] apresenta as mais baixas médias históricas dos acumulados de precipitação. Ela é a que melhor representa uma das características mais marcantes do Semiárido, que é a irregularidade espacial e temporal na distribuição das chuvas", observa Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme. 

Mas, o que explica as chuvas em uma região cujo histórico não é positivo? A especialista explica que "as nuvens de chuva têm se formado na região devido áreas de instabilidade, que é a combinação de temperatura e umidade relativa do ar mais alta, junto com condições locais como topografia. Tudo isso favoreceu a ocorrência de precipitações".

O secretário da SRH aponta, contudo, que mesmo com o bom desempenho atual, as chuvas não foram capazes de impulsionar a situação dos açudes daquela macrorregião, uma vez que eles acumulam sucessivos anos de baixa pluviometria. A maioria dos açudes com os piores níveis de armazenamento de água estão nestas localidades.

"Merece uma atenção maior [a região], embora elas tenham garantido suprimento do abastecimento humano e de parte da agricultura e pecuária", avalia Francisco Teixeira. 

REGIÃO DA IBIAPABA 

Das oito macrorregiões, apenas a da Ibiapaba ainda não superou a média anual, ainda assim, os volumes registrados até agosto são positivos. Conforme a Funceme, já choveu 871.4 mm, ou seja, é provável que as chuvas de novembro e dezembro - mês que marca o início da pré-estação - seja suficiente para alavancar este índice e, assim, superar a média.

Caso a normal climatológica anual da macrorregião da Ibiapaba seja superada, o ano de 2022 entrará para um seleto grupo. Na última década, apenas 2020 fechou o ano com todas as oito macrorregiões com pluviometria acima da média. 

Escrito por André Costa/Diário do Nordeste

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