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Imagens do Cemitério São João Batista – Juazeiro do Norte – CE | Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
Dissipadas todas as ilusões de que uma pandemia de proporções jamais vistas
na história da humanidade atingiria igualmente todas as camadas da
sociedade, o que vemos é justamente o contrário. Ela aumenta e evidencia as
desigualdades sociais. Demonstrando uma indiferença quanto às situações
absurdas geradas pela sociedade de classes, vemos hoje o peso enorme dessas
desigualdades sobre as camadas mais frágeis.
Enquanto registramos um aumento do número de casos de COVID-19 no Cariri
cearense, e uma dramática ascensão do número de mortos em todo o país, vemos
saltar aos olhos a precariedade das condições de trabalho dos servidores
públicos de um modo geral e em específico daqueles ligados aos serviços
essenciais.
Aparentemente, quanto menor a visibilidade destes trabalhadores menores os
cuidados do poder público quanto à sua segurança e seu bem-estar. No
entanto, quando conseguimos enxergá-los, é notória a falta de EPI’s
(equipamento de proteção individual) e de estruturas necessárias para esses
trabalhadores executarem seus serviços adequadamente sem colocar sua
segurança em risco.
Médicos, enfermeiros, técnicos etc. têm que ao mesmo tempo enfrentar o
vírus e cobrar do poder público a manutenção das condições mínimas para
o seu trabalho. Estes profissionais têm ganhado destaque na cena
pública, têm sido aplaudidos e louvados por anônimos e figuras publicas
importantes; mas e aqueles trabalhadores que em sua própria condição de
trabalho são invisibilizados?
Os coveiros da nossa cidade são exemplo disso. Trabalham já há muito tempo
em condições tremendamente precárias. A explosão da crise, no entanto, não
fez com que o poder público passasse a se preocupar com a sua situação
enquanto trabalhadores. No momento eles lidam diretamente com cadáveres
infectados pelo Covid-19, os quais nem mesmo os parentes e amigos puderam se
aproximar. Sendo assim, põem constantemente sua saúde e sua vida em risco e,
assumindo que sendo trabalhadores que ganham salários baixíssimos, portanto,
sem condições de se manter isolados dentro de moradias muitas vezes
precárias, colocam em risco também seus familiares.
Faltam a esses trabalhadores os insumos básicos para seu trabalho. Os EPI’s
são insuficientes, não há fardamento, as ferramentas de trabalho geralmente
se encontram em situação deplorável e as estruturas de apoio de seu ambiente
de trabalho são simplesmente desumanas. Falta água para beber, chuveiros
para a higienização e até mesmo banheiros. Se em tempos de normalidade as
condições desses trabalhadores já seriam absurdas, diante da pandemia se
apresentam simplesmente como aberrantes.
Todos compreendemos que em um momento como esse os esforços e recursos da
prefeitura municipal devam se concentrar no enfrentamento à pandemia e aos
cuidados com a população; mas, sem servidores públicos não há enfrentamento
possível. É fundamental ressaltarmos: sem garis, auxiliares de serviços
gerais ou coveiros e todos esses servidores “invisíveis,” os serviços
públicos ficariam simplesmente inviabilizados e totalmente incapacitados de
lutar contra a pandemia.
O registro fotográfico foi realizado nos dois cemitérios públicos
municipais de Juazeiro do Norte-CE: cemitério do Socorro e cemitério São
João Batista.
É importante também ressaltar que um dos coveiros do cemitério do Socorro,
mencionou que já havia enterrado algumas vítimas do COVID-19, mesmo sem a
proteção adequada.
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
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Foto: Leandro Medeiros – ASCOM SISEMJUN |
Por Edson Xavier, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Juazeiro do Norte (SISEMJUN) - Fonte: Mídia Ninja.