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Padre vira réu por atropelar suspeito de furtar igreja

Padre vira réu por atropelar suspeito de furtar igreja

Motorista que atropelou suspeito de furtar igreja em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) foi identificado como sendo o frei Gustavo Trindade dos Santos — Foto: Reprodução

Justiça aceita denúncia e torna réu padre que atropelou suspeito de furtar casa paroquial no interior de SP

Câmeras de segurança flagraram momento em que padre Gustavo Trindade dos Santos atropelou Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). Religioso vai responder por tentativa de homicídio.

A Vara Criminal de Santa Cruz do Rio Pardo (SP) aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) contra o padre Gustavo Trindade dos Santos. O religioso é acusado de atropelar, no dia 7 de maio, um homem suspeito de furtar a antiga casa paroquial de uma igreja na cidade.

No documento, emitido na terça-feira (21), o juiz Pedro de Castro e Sousa abre um prazo de dez dias para que a defesa do réu se manifeste por escrito sobre a ação. Com a decisão da Justiça, o frei Gustavo se torna réu e vai responder por tentativa de homicídio qualificado.

Uma câmera de segurança flagrou o atropelamento na Avenida Tiradentes. Nas imagens, é possível ver o momento em que o carro atinge Ângelo Marcos dos Santos Nogueira, que é arremessado (veja abaixo).

Denúncia do MP

https://f5cariri.tumblr.com/post/687791292406808576/suspeito-de-furtar-igreja-%C3%A9-atropelado-quando

No dia 17 de junho, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o padre por tentativa de homicídio, qualificado pela "utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima".

A qualificadora se configura, segundo o promotor Reginaldo Garcia, porque a vítima foi atingida sem que "pudesse supor ou esperar semelhante atitude", ou seja, de surpresa.

Padre é investigado por atropelar suspeito de furtar igreja em Santa Cruz do Rio Pardo (SP) — Foto: Reprodução

A Promotoria também pediu que, em caso de condenação, o padre Gustavo seja obrigado a pagar um "valor mínimo para reparação dos danos materiais, morais e psicológicos".

Isso porque o homem atropelado sofreu afundamento craniano, perdeu massa muscular e não consegue falar, andar e usa fraudas para as necessidades básicas. No momento, ele se encontra em casa, de acordo com a sua defesa.

Por conta da sua condição, a defesa pretende entrar com uma ação frente à igreja pedindo ajuda, inclusive com a retirada da queixa de furto. Ângelo chegou a ser preso em flagrante no dia do atropelamento, mas será investigado em liberdade. Um exame de corpo de delito foi solicitado pela Promotoria para periciar a gravidade dos ferimentos.

Interrogatório

A TV TEM teve acesso, com exclusividade, ao vídeo do interrogatório, no qual o religioso dá a sua versão sobre o caso.

O padre Gustavo Trindade dos Santos só foi ouvido no dia 9 de junho porque não compareceu à sede do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), na capital paulista, quando foi intimado pela primeira vez. Quatro dias depois, ele ainda participou de uma missa.

Mesmo assim, o inquérito policial foi concluído, mas o MP solicitou a oitiva do padre para poder avaliar melhor o caso. Durante o interrogatório, o padre afirmou que havia terminado de celebrar um casamento, quando, na saída, escutou o alarme da casa paroquial e avistou um homem pulando o muro e fugindo do local.

Polícia identifica segunda pessoa em carro dirigido por padre investigado por atropelar suspeito de furtar igreja — Foto: Arquivo pessoal

O padre disse, na oitiva, que ele e a pessoa que o acompanhava no carro chegaram a pedir para o homem parar durante a perseguição. No entanto, as imagens que flagraram o atropelamento mostram os vidros do carro fechados durante todo o trajeto.

Ainda conforme o frei, ele encontrou um caminho para fechar o homem, mas, no momento em que ele entrou com o carro na calçada para pará-lo, o suspeito do furto na igreja se jogou sobre o capô do veículo.

Padre Gustavo Trindade (à esquerda) foi interrogado pelo delegado Valdir de Oliveira por videochamada e acompanhado por sua defesa — Foto: Reprodução/TV TEM

Além disso, o padre afirmou, no interrogatório, que foi embora após o atropelamento porque temeu a possibilidade do homem estar armado. Ele também disse que, ao perceber a presença de pessoas na rua onde ocorreu o acidente, pediu a elas que chamassem a polícia.

Após o atropelamento, o padre contou que foi até o convento onde morava, guardou o carro, que pertence à Diocese de Ourinhos (SP), e viajou para Ribeirão Preto (SP), onde iria aproveitar o Dia das Mães e o próprio aniversário no dia posterior.

Investigação

Durante as investigações, a polícia descobriu que o frei Gustavo, apesar de habilitado, deveria ter renovado a carteira de habilitação em fevereiro de 2020.

A defesa do padre mostrou um documento da União Europeia que o autorizava a dirigir. O aceite, do tempo em que ele morava na Espanha, no entanto, não é válido em território nacional. Por esse delito, Gustavo deve responder apenas administrativamente junto ao Detran.

O inquérito policial indiciou o padre por tentativa de homicídio qualificado. Nas duas vezes em que a polícia fez pedidos de prisão, contudo, o Ministério Público se posicionou contra e os dois pedidos de prisão preventiva contra ele foram negados pela Justiça.

Já o homem atropelado chegou a ser preso em flagrante no dia do atropelamento, mas será investigado em liberdade. Segundo o BO, ele furtou três moletons e uma camiseta.

Por conta do estado de saúde dele, a defesa pretende entrar com uma ação frente à igreja pedindo ajuda, inclusive com a retirada da queixa de furto.

Por g1 Bauru e Marília

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