Quatro cidades do Cariri estão há mais de 15 meses sem assassinatos
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| 📸 Foto: @carolinapsic | @caririacuemfotos |
Altaneira, Antonina do Norte, Caririaçu e Tarrafas. Todas essas quatro cidades da macrorregião do Cariri não registram assassinatos há mais de 15 meses. Caririaçu foi a última dessas cidades a registrar um crime violento, em 15 de julho de 2020; também em 2020, em 1º de março, Antonina do Norte registrou o último caso até então. Já em Tarrafas (18/04) e Altaneira (06/01) não há casos de assassinatos desde 2019. O levantamento foi feito pelo Diário do Nordeste com dados até março de 2022 da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE).
Altaneira, Antonina do Norte e Tarrafas são cidades de pequeno porte – que registram menos de 20 mil habitantes –, enquanto Caririaçu é uma cidade classificada como pequeno porte II – mais de 20 mil habitantes. Todas as 13 cidades da lista são de pequeno porte I ou II, e possuem um estilo de vida diferente das cidades maiores e da capital Fortaleza.
Em Tarrafas, por exemplo, não há delegacia. Apesar de ter convivido com uma onda de assaltos no início da pandemia, que logo se resolveu, o município conta apenas com um destacamento do corpo de policiais de Assaré, que são os responsáveis por fazer a ronda na cidade e atender a chamados em casos mais específicos em alguns distritos mais distantes da sede.
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| Vista panorâmica de Tarrafas | Foto: Wesley Vasconcelos |
O jornalista tarrafense Wesley Vasconcelos define a rotina do lugar como tranquila. “Nos sítios, a vida começa às 5h e termina às 18h, horário que o pessoal já está em casa. Na sede é um pouquinho mais agitado, mas ainda assim é tranquilo; na madrugada, o povo está dormindo”, afirmou.
Com menos opções de entretenimento do que uma cidade grande, Wesley conta que prevalece a cultura local, com eventos organizados pela prefeitura e por empresários locais, além de passeios naturais. Ouça a declaração completa no reprodutor de áudio abaixo.
Em Caririaçu, a rotina segue na mesma linha de Tarrafas. A estudante de jornalismo Clara Lyz, inclusive, define a cidade com o mesmo adjetivo utilizado por Wesley. “O dia a dia é tranquilo; a gente fica até tarde fora de casa, na praça, na calçada”, afirmou. “Sobre o policiamento, a viatura da polícia faz ronda na cidade de dia e de noite. Às vezes acontecem assaltos, mas é como em qualquer cidade, ninguém está isento de passar por isso. Mas num geral é bem tranquilo”, complementou a estudante.
Segurança
Ao Portal BADALO, o Tenente da Polícia Militar de Juazeiro Luciano Oliveira falou sobre a influência do número baixo de habitantes para a maior segurança dessas cidades.
“Quanto ao contingente populacional, podemos afirmar, de forma empírica, que o fato de o número ser reduzido faz com que haja uma aproximação maior tanto na relação entre a própria sociedade local, assim como na relação sociedade/Estado. Dessa forma, há uma sensação maior de segurança e tranquilidade naquele meio social.”
O Tenente afirmou ainda que “a adoção de políticas públicas voltadas à prevenção, bem como a integração entre os diversos setores públicos e privados, influenciam diretamente para que uma comunidade torne-se mais segura”. Segundo Oliveira, o trabalho preventivo é essencial e a forma correta de se evitar que crimes mais graves ocorram nessas cidades de menor porte populacional.
“Os agentes de segurança pública estadual pertencentes à Polícia Militar do Ceará atuam de forma ostensiva e preventiva nestas cidades através de patrulhamentos realizados em horários diversificados, bem como em áreas consideradas mais críticas, de acordo com dados estatísticos elaborados pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (SUPESP). Além dos patrulhamentos, estes policiais atuam em blitz barreira de forma a prevenir o cometimento de crimes nestas cidades.”
Ele ressaltou ainda a importância da própria população nesse processo através de denúncias anônimas pelos números 181 (Disque Denúncia) e 190.
Reportagem de Rodolfo Andrade/Portal Badalo
