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Hospital de Barbalha é condenado por retirada indevida de rim que teria causado morte de criança

Hospital de Barbalha é condenado por retirada indevida de rim que teria causado morte de criança

Fachada do Hospital São Vicente de Paulo (Foto: Divulgação)

Após a retirada do órgão, a criança precisou de um transplante. Complicações do procedimento a levaram ao óbito, no último dia 18 de março.

O Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), localizado em Barbalha, foi condenado pela Justiça, através de decisão da 1ª Vara Cível do Crato, por conta da retirada indevida de um rim saudável da pequena Elise dos Santos Dias, que tinha apenas 1 ano e 10 meses de idade na ocasião da realização da cirurgia, em 9 de junho de 2018.

Elise morreu no último dia 18 de março, após complicações decorrentes de transplante pedido após a retirada indevida de seu rim direito, plenamente saudável.

O procedimento de retirada foi realizado pelo médico uropediatra Eleazar Araújo. O procedimento foi necessário porque a criança estava com o rim esquerdo atrofiado. Segundo a família de Elise, tal órgão só correspondia a 2% das funções renais da criança. Os 98% restantes ficavam a cargo do rim direito, o saudável retirado.

A avó materna de Elise, Sônia Bezerra, relata à equipe de reportagem do Site Miséria que a família começou a perceber algo de errado a partir do momento que a criança começou a inchar e não conseguia mais urinar normalmente, logo após a cirurgia.

Ainda de acordo com a avó materna de Elise, após isso, a família teria levado Elise para ser atendida no HMSVP. Lá, a criança foi encaminhada para uma unidade de terapia intensiva (UTI). Na unidade, uma médica solicitou uma hemodiálise urgente. Exames de imagem não teriam conseguido localizar o rim direito da criança.

Sônia conta ao Miséria que foi orientada por uma funcionária do HMSVP a procurar o Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), em Fortaleza.

A mãe de Elise, Daniele Bezerra, conta ao Site Miséria que, assim que a família recebeu a orientação, preparou umas mudas de roupas e seguiu para Fortaleza, em busca do HIAS.

Daniele relata que teve de morar em Fortaleza por conta do tratamento de hemodiálise da criança, que durou 1 ano e 6 meses. O tipo de procedimento lá ofertado não estaria disponível na região do Cariri.

Em dezembro de 2019, a criança conseguiu um transplante e retornou ao Crato. Entretanto, complicações a levaram ao óbito no último dia 18 de março.

A família de Elise contou ao Site Miséria que entrou com a ação judicial em 2018. A condenação do HMSVP pela 1ª Vara Cível do Crato chegou em dezembro de 2021. A unidade recorreu da decisão e agora o processo corre na 3ª Vara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em Fortaleza.

A equipe de reportagem do Site Miséria contatou o Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP). A unidade respondeu em nota. Leia na íntegra:

“Prezado jornalista,

Em razão do contato mantido anteriormente sobre o falecimento da criança de nome Elise Beserra dos Santos Dias, o Nosocômio lamenta profundamente esse fato, e repassa os mais profundos sentimentos à família enlutada.

Com relação ao assunto que trata mais especificamente do ocorrido, o nosso departamento jurídico informa que o processo se encontra em grau de recurso, e que o HMSVP acredita e segue confiante na Justiça e obedecerá a suas decisões até final deslinde da situação, não comentando processo que seguem em tramitação.

Atenciosamente,

direção do HMSVP”

Reportagem de Alan Clyverton/Agência Miséria

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