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Preço da gasolina pode chegar a R$ 10 neste ano no Ceará? Veja projeções de especialistas

Preço da gasolina pode chegar a R$ 10 neste ano no Ceará? Veja projeções de especialistas

Legenda: Litro da gasolina no Ceará já ultrapassa o valor de R$ 7 - Foto: Kid Junior

Valor do combustível vem sofrendo altas sucessivas nas últimas semanas pela Petrobras. No Ceará, preço ultrapassa R$ 7

Abastecer os veículos tem sido quase um pesadelo para os consumidores. Com o litro da gasolina superando o patamar de R$ 7 no Ceará, os custos com o combustível deterioram a renda dos cearenses e os levam a questionar se até o final de 2021 o preço chegue a R$ 10.  

A perspectiva do economista Alex Araújo é de que, caso haja um aumento de 20% no preço do petróleo no mercado internacional, as distribuidoras poderiam chegar a comercializar a gasolina por R$ 8,80.

Dessa forma, ficaria difícil ainda neste ano o preço do litro chegar a R$ 10. No entanto, ele reforça que este valor não é impossível.  

“Teria de haver um problema muito grande no fornecimento do petróleo e, ao mesmo tempo, uma crise política muito mais grave que faria com que o preço do dólar atingisse R$ 6. Hoje, o petróleo já está sendo negociado no preço máximo este ano”. 

O consultor da área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, aponta que é praticamente “improvável” que chegue a esse valor, contudo, projeta que até o fim do ano o litro do combustível deve chegar a aproximadamente R$ 8, preço já registrado no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Rio Grande do Sul.   

“Se houver uma estabilização cambial e os preços permanecerem congelados no mercado internacional em relação ao petróleo, eu acredito que chegamos no fim do ano em algo em torno de R$ 8 por litro de gasolina”. 

BRUNO IUGHETTI

consultor na área de consultor e gás

PETRÓLEO E DÓLAR EM ALTA 

O preço de comercialização do petróleo cru vem subindo no mercado internacional desde abril, com aumento de mais de 160%. Atualmente, um barril está sendo vendido por cerca de US$ 85.  

“A última vez que ele subiu tanto foi em 2010, quando ultrapassou US$ 115 o barril. Em tese, pelo que temos de matriz energética hoje, não deveríamos voltar a esse patamar, mas é muito incerto”, destaca Araújo. 

A desvalorização do real frente ao dólar também impacta na escalada de preços, conforme o economista. “O dólar reflete muito no ambiente político, hoje está em cerca de R$ 5,50 e é bem mais volátil”.  

Iughetti acrescenta que o álcool anidro, componente que é misturado à gasolina, também está em alta. “Nas últimas semanas, subiu mais 8% e isso impacta os preços finais em função do índice de 27% de anidro na gasolina”, diz. 

CONGELAMENTO DO ICMS ESTADUAL 

No final de outubro, os estados anunciaram o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis por 90 dias. 

O ICMS cobrado sobre os combustíveis é definido por uma alíquota. No Ceará, assim como em outros seis estados do Brasil, ela é de 29%. 

A medida é uma tentativa de colaborar com a manutenção dos preços entre 1º de novembro e 31 de janeiro de 2022, diante dessas altas. Entretanto, para Iuguetti, isso deve aliviar, mas não resolverá o problema dos reajustes.  

A secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba, explica que sobre possíveis perdas de arrecadação, a medida não necessariamente é de benefício fiscal. "Pode ser que até lá (fim do congelamento) não tenha aumento (do preço do combustível). Então, não teremos dado benefício", esclarece. 

GASOLINA A R$ 7,20 NO CE 

O novo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) aponta que o litro ficou 5 centavos mais caro, em média, passando de R$ 6,91 para R$ 6,96.

A máxima registrada no Estado também teve acréscimo, de R$ 7,19 para R$ 7,20.

As informações foram coletadas entre os dias 7 e 13 de novembro, em comparação com a semana anterior.

Itapipoca registrou o valor mais alto no Ceará, de R$ 7,20. 

O último reajuste anunciado pela Petrobras aumentou em 7% o preço nas refinarias, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adiantou que uma nova alta deve ser realizada ainda neste mês. 

O QUE ESPERAR PARA 2022?  

Para Araújo, ainda é cedo para fazer alguma previsão, considerando a volatilidade dos preços.

Apesar disso, ele acredita que deve haver uma menor pressão no preço do petróleo após o fim do inverno no hemisfério norte, logo a tendência é de queda no valor do combustível.

"Há também a tendência de redução do uso do petróleo. No curto prazo, essa questão do rigor do inverno no hemisfério norte vai ser muito ruim, e o dólar vai depender do ambiente político. Próximo ano é ano leitoral e vai ser um ano tenso por conta da polarização, então vai depender do que acontecer". 

ALEX ARAÚJO

economista

Iughetti pondera ainda que, caso seja aprovada a alteração na correlação do ICMS, o ano de 2022 deve trazer uma certa estabilização de preços.

"Não vejo um disparate significativo na evolução de preços, acredito que ficará no patamar que estamos vivenciando no ano de 2021 ou um espaçamento maior entre um aumento e outro". 

Escrito por Lívia Carvalho/Diário do Nordeste

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