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Das 11 cidades em nível altíssimo de alerta para transmissão da Covid-19, seis estão no Cariri

Das 11 cidades em nível altíssimo de alerta para transmissão da Covid-19, seis estão no Cariri

Legenda: No fim de ano, cresce o fluxo de pessoas na cidade que tem mais alta taxa de letalidade da região de Saúde do Cariri - Foto: Antonio Rodrigues

Quando observado os dois mais alto níveis (3 e 4), a região também lidera com a maioria dos municípios. Região Norte vem logo atrás.

Os indicadores da pandemia da Covid-19 têm apresentado, nas últimas semanas, sucessivas quedas. No entanto, especialistas pontuam que é cedo para relaxar com as medidas de segurança sanitária e ressaltam que o vírus ainda está circulando. O Cariri ilustra bem esse alerta. Essa é região de saúde que possui o maior número de cidades nos mais altos níveis de risco de transmissão do novo coronavírus. 

Das 11 cidades na classificação de risco máximo, a de nível 4 ou altíssima, seis estão situadas no Cariri, representando 54% do total. Na classificação de nível 3, dos 27 municípios atualmente neste posto, 9 são caririenses. A região de Saúde de Sobral, aparece logo atrás, na segunda colocação em ambos os cenários. Os dados são da Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará.

Os índices referem-se às Semanas Epidemiológicas 43 e 44, correspondente aos dias 24 de outubro a 4 de novembro. 

A Sesa classifica as cidades em nível 1 (novo normal), nível 2 (moderado), nível 3 (alto) e nível 4 (altíssimo). Para analisar o cenário de cada município, a Sesa traça métricas norteadas em cinco indicadores: incidência de casos por dia/100 mil habitantes; internações; percentual de leitos UTI-Covid ocupados; taxa de letalidade e taxa de positividade.

O médico infectologista, George Focs, responsável pela Ala Covid do Hospital Santo Antônio, em Barbalha, explica que, apesar da classificação de risco está em 'altíssimo', os números ainda estão distantes do verificado nos picos das duas ondas.

Ele, contudo, alerta que "a pandemia não acabou" e destaca que, até que a vacinação não chegue a um massivo percentual da população, apenas com uso de máscara, álcool em gel e distanciamento o vírus conseguirá ser freado.

O vice-presidente do vice-presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), Rilson Andrade, garante que o órgão tem dado apoio "às secretarias municipais de saúde, com uma preocupação constante em manter todos os gestores em alerta quanto à possibilidade de reaparecimento de uma nova onda da Covid-19".

Como estratégia adotada para frear a pandemia, Andrade destaca que o Cosems tem uma "Rede Colaborativa de apoio que cobre as 22 ADS do Estado através de 11 Apoiadores Institucionais, que estão em permanente contato com os gestores municipais para orientá-los e ajudá-los em relação a este ou qualquer outro assunto de interesse à preservação da saúde da população".

CENÁRIO INSPIRA ATENÇÃO

Os números ainda não são alarmante e a tendência dos indicadores está descrente, com exceção da taxa de letalidade. No entanto, quando observado com a média estadual, o cenário da região de Saúde do Cariri inspira atenção. Dos cinco indicadores, em apenas um o Cariri está em melhor situação: internações. Em todos os demais, os números apresentam grande disparidade.

A  incidência de casos por dia/100 mil habitantes no Ceará é de 11,2. Na região de Saúde do Cariri, este índice chega a 14,2. As internações, na média estadual, estão em 112,5 enquanto no Cariri é 30,2. A taxa de letalidade também apresenta grande diferença. No Ceará é de 0,7 e, na região de Saúde do Cariri, 2,5. Já a taxa de positividade salta de 6,4 para 10,2 no Cariri. 

VEJA AS COMPARAÇÕES DOS INDICADORES:

  • Incidência de casos por dia/100 mil habitantes: 11,2 (Ceará) e 14,2 (Cariri),
  • Internações: 112,5 (Ceará) e 30,2 (Cariri)
  • Percentual de leitos UTI-Covid ocupados: 38,7 (Ceará) e 45,4 (Cariri)
  • Taxa de letalidade: 0,7 (Ceará) e  2,5 (Cariri)
  • Taxa de positividade: 6,4 (Ceará) e 10,2 (Cariri)

George Focs acredita que o fato de a região "ter várias cidades com menor poder de investimento na saúde, esses números acabam se sobressaindo negativamente". Para o especialista, quando a rede pública começou a ser desmontada devido à queda nos indicadores, algumas cidades apresentaram maior vulnerabilidade.

"É natural o fechamento dos leitos que foram abertos no pico da pandemia. E, quando há esse desmonte dessas estruturas de Campanha, algumas cidades mais pobres acabam tendo um aumento nos indicadores. Mas, observando friamente os números, não há razão para alarme. Ainda são índices baixos quando comparados com meses anteriores. O momento é, sim, de atenção", reforça o médico.

JUAZEIRO DO NORTE NO ALERTA MÁXIMO

A maior cidade do Interior do Estado está na classificação de nível 4, conforme avaliação da Sesa. Dos cinco indicadores, dois chamam bastante atenção e estão acima do índice do Cariri, já considerado alto. A taxa de positividade em Juazeiro do Norte é de 17,5, quase o triplo da registrada no Ceará.

Já taxa de letalidade apresenta o maior salto percentual dentre todos os indicadores, saindo de 0,7 no Ceará para 7,7 em Juazeiro, um crescimento de 1.000%. A reportagem do Diário do Nordeste entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Município, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno.

Para George Focs, é importante monitorar os indicadores das próximas semanas para avaliar se a última Romaria de Finados, realizada no início do mês, trará impacto negativo nos números. "Precisamos de 14 dias, que é o período da encubação e transmissibilidade. É preciso ficar atento, o fluxo de romeiros foi muito alto", ressalta.

Rilson Andrade externa ainda sua preocupação com a proximidade das festas de fim de ano. Segundo ele, esse "não é um temor específico com esta ou aquela região de saúde, e nem mesmo do Estado do Ceará isoladamente, mas de todos os municípios do País".

Porém, ainda segundo o vice-presidente do órgão, "o Cosems confia no trabalho de monitoramento que é realizado em nosso Estado, e esperamos também que haja uma compreensão por parte da população no sentido que a pandemia ainda não acabou e que portanto há a necessidade da manutenção das medidas preventivas em vigor como o uso de máscaras, álcool gel e principalmente evitar ambientes aglomerados".

Escrito por André Costa/Diário do Nordeste


 

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