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Catando latinhas, homem doa R$ 140 mil a Hospital de Amor em Rondônia

Catando latinhas, homem doa R$ 140 mil a Hospital de Amor em Rondônia

O funcionário público José Carlos de Oliveira passa o ano todo recolhendo latinhas para fazer sua doação ao hospital. - Imagem: Arquivo pessoal

"Precisei caminhar pela cidade para perceber que poderia ajudar o meio ambiente e o hospital ao mesmo tempo, com um gesto simples: catando latinhas." Em sete anos, o funcionário público José Carlos de Oliveira arrecadou mais de R$ 140 mil com a venda das latinhas que recolheu. O morador de Cabixi, cidade a 806 km de Porto Velho, em Rondônia, faz questão de acumular o material para transformar em recursos doados anualmente ao Hospital de Amor Amazônia.

Essa história começou em 2013, quando José Carlos precisou passar por um cardiologista. Por causa de alterações detectadas nos exames, o médico recomendou caminhadas. Foi andando pelas ruas que a ideia da solidariedade surgiu - e tomou proporções maiores do que ele imaginava.

"Esperava uma coisa pequena, mas tenho muita amizade e os amigos começaram a perguntar quem tinha latas e doar também. Fui reunindo aqui e ali e chegou a esse patamar", contou a Ecoa.

Recomeçando a vida em Rondônia

O benfeitor é casado e pai de três filhos. Ele nasceu no Paraná e a vida difícil levou a família a tentar a vida em outro estado. Mudou-se para Rondônia ainda criança. Os pais conseguiram adquirir um sítio e foi aí que as coisas melhoraram um pouco.

"Hoje sou funcionário público e trabalho na unidade mista de saúde da minha cidade. Meu dinheiro não é muito, mas dá para viver de maneira simples", disse.

O trabalho de José Carlos com as latinhas ganhou força e logo passou a contar com uma pequena estrutura e logística próprias. Com o tempo, ele produziu lixeiras artesanais e as colocou em pontos estratégicos da cidade. "O povo criou consciência e agora joga o lixo no lugar certo. Recolho de moto duas vezes por semana. Também tem lixeiras minhas nas pousadas da região. Todas as segundas-feiras eu passo lá para recolher", explicou.

"Passo o ano inteiro recolhendo e, como a festa do hospital acontece em setembro, eu vendo tudo o que juntei durante o ano e faço meu depósito direto na conta deles. Tenho um parecer bruto, mas meu coração é grande", continuou.

A festa que o doador cita é o Leilão Direito de Viver de Cabixi, que tem a arrecadação totalmente revertida para o Hospital de Amor da Amazônia. Ele conta que a festa já existia há um tempo, mas só depois de começar as caminhadas recomendadas pelo médico é que passou a se atentar para o assunto.

Um trabalho de amor

"O trabalho dele é sensacional e de muita importância tanto para o hospital quanto para a população", comentou Leandro Alves, coordenador geral de captação de recursos do Hospital de Amor Amazônia.

"Esperava uma coisa pequena, mas tenho muita amizade e os amigos começaram a perguntar quem tinha latas e doar também", diz José Carlos. - Imagem: Arquivo pessoal

"Atualmente, os leilões de gado e prenda são nossos carros-chefes de arrecadação. E o José Carlos se torna um dos nossos maiores doadores por meio da reciclagem", completou. "É um trabalho de muito amor pelo hospital, muito amor pelos pacientes. Ele trabalha voluntariamente o ano inteiro em prol do hospital. Eu tenho certeza de que é uma história para emocionar quem ficar sabendo e inspirar mais pessoas a pensar na solidariedade."

O gestor revelou que, na edição deste ano da festa, José Carlos foi homenageado e presenteado por um grupo que o parabenizou pelo trabalho. No encerramento do 14º Leilão Direito de Viver de Cabixi, realizado no mês passado de forma virtual, José Carlos foi convidado para anunciar o resultado de sua arrecadação do ano de 2021. Em seguida veio a surpresa: ele foi presenteado com uma moto CG Fan 160, 0 km, adquirida por um grupo denominado "Amigos do Bem".

Os Amigos lhe fizeram uma proposta: ele ganharia a moto 0 km, mas em troca entregaria a moto antiga para ser leiloada e o valor arrecadado seria doado para o hospital. Ele aceitou e a moto usada foi leiloada e arrematada pelo próprio grupo pelo valor de R$ 10 mil.

"Em síntese, essa é a história de um cidadão comum, que encontrou na reciclagem uma grande oportunidade de contribuir com uma causa social que salva milhares de vidas", ressaltou Leandro Alves.

Colaboração para Ecoa, do Recife (PE)/UOL

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