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Municípios do Ceará estão em risco crítico de desabastecimento; veja quais são

Municípios do Ceará estão em risco crítico de desabastecimento; veja quais são

Legenda: O Ceará acumula volume médio de 23,5% nos 155 açudes monitorados pela Cogerh - Foto: Honório Barbosa

Outras cidades devem manter as fontes atuais até o início da próxima quadra chuvosa

O Ceará tem um cenário hoje mais favorável para manter de forma regular o abastecimento de águas de centros urbanos do Interior do que em relação a 2020. Apenas duas cidades vivenciam um quadro de criticidade: Monsenhor Tabosa e Pedra Branca. Outras nove devem manter as fontes atuais até o início da próxima quadra chuvosa: Acarape, Alto Santo, Aquiraz, Araripe, Campos Sales, Guaiuba, Icó, Mombaça e Tauá. 

Há um ano, a relação de cidades em risco crítico de desabastecimento eram sete e incluía também, além das duas que permanecem nesta situação, Itatira, Jaguaruana, Russas, Pacoti e Salitre, além de Monsenhor Tabosa e Pedra branca. Os dados são do Grupo de Contingência da Seca do Governo do Estado. 

Em Pedra Branca, no Sertão Central, o abastecimento é mantido com o reforço de distribuição do velho carro-pipa para unidades de abastecimento (chafarizes), onde a população recolhe água em baldes e latas.

No atual ciclo de seca que começou em 2012, Pedra Branca é uma das cidades que enfrenta um dos piores quadros de desabastecimento, ao lado de Monsenhor Tabosa. Nessas duas cidades, os açudes secaram e somente poços e caminhão pipa são alternativas para fazer a água chegar aos moradores.    

A retirada de água de poços profundos a mais de 500 metros na Chapada do Araripe reforça o abastecimento de três cidades: Araripe, Campos Sales e Salitre, que também têm histórico de escassez de água no sistema de distribuição.

“Depois da operacionalização do poço PP5 melhorou muito e em Campos Sales o açude tem reserva até fevereiro do próximo ano”, pontuou o diretor de Operações para o Interior da Cagece, Hélder Cortez.

Legenda: “A cada ano, a cada quadra chuvosa o cenário muda no interior cearense”, observa o secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos, Aderilo Alcântara - Foto: Honório Barbosa

AVALIAÇÃO DO QUADRO HÍDRICO

A cada quinze dias, o Grupo de Contingência da Seca se reúne para avaliar a situação hídrica, as fontes de abastecimento (poços e açudes) de cada cidade a partir de informações enviadas pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE).

Hélder Cortez explicou que “se buscam alternativas, perfuração de mais poços profundos e instalação de adutoras de montagem rápida e distribuição por meio e caminhão pipa para evitar colapso no abastecimento”.

Hélder Cortez prefere não falar sobre cidades que dependeriam da próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio) – em 2022. “Temos um inverno pela frente, um sistema de La Niña que é favorável, então vamos aguardar como serão as chuvas no próximo ano porque o cenário futuro pode ser outro totalmente diferente do atual”.

SITUAÇÃO NOS MUNICÍPIOS

A cidade de Jaguaretama enfrenta um problema operacional uma vez que a adutora de montagem rápida apresenta problemas estruturais em decorrência do tempo de uso, mas a Cagece já efetuou a troca de 10 km de rede tubular de um total de 16 km.

Em Choró, o açude Tomaz Pompeu apresenta alto teor de salinidade, porque há vários anos não transborda e o sistema local de abastecimento enfrenta problemas estruturais.

Já o abastecimento de Alcântaras, na região Norte, encontrou suporte a partir da implantação de uma adutora emergencial de 14 km de extensão oriunda da cidade de Meruoca.

Legenda: “Temos um inverno pela frente, um sistema de La Niña que é favorável, então vamos aguardar como serão as chuvas no próximo ano porque o cenário futuro pode ser outro totalmente diferente do atual”, pondera o diretor de Operações para o Interior da Cagece, Hélder Cortez  - Foto: Honório Barbosa

No Baixo Jaguaribe, Russas enfrentava crise de abastecimento até o início deste ano, mas a perfuração de uma bateria de poços minorou a situação e regularizou a distribuição de águas para os moradores.

“A cada ano, a cada quadra chuvosa o cenário muda no interior cearense”, observa o secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos, Aderilo Alcântara.

Há açudes que estavam secando e recebem recarga significativa, ampliando o tempo de fornecimento de água, e em outros ocorrem o contrário, por isso temos uma dependência enorme das chuvas, que não são regulares e nem têm intensidade pluviométrica igual em cada região”

Aderilo Alcântara

Secretário Executivo da Secretaria de Recursos Hídricos

Alcântara pontuou que duas chuvas de pluviometria elevada podem mudar um quadro local. “Isso é uma realidade que costuma ocorrer, por isso precisamos avaliar periodicamente a situação em cada cidade, aguardar a cada ano a ocorrência das precipitações e o comportamento das bacias hidráulicas, mas o compromisso do governo é manter o abastecimento e buscar alternativas”.

NÍVEL DOS AÇUDES

Atualmente, o Ceará acumula volume médio de 23,5% nos 155 açudes monitorados pela Cogerh. Há um açude sangrando, atualmente, o Caldeirões, em Saboeiro, por causa da transferência de água do açude Arneiroz II, em Tauá, por meio do leito do rio Jaguaribe.

O açude Germinal está com volume acima de 90%, em Palmácia e outros 67 reservatórios têm volume abaixo de 30%.

As três bacias hidrográficas em situação mais crítica são Banabuiú (7,6%), Médio Jaguaribe (9,9%) e Curu (14,6%). Já as três com mais volume acumulado são Coreaú (73,4%), Litoral (65,5%) e Acaraú (65,1%).

Escrito por Honório Barbosa/Diário do Nordeste

 

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