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Equipamentos turísticos do Cariri voltam a receber visitantes; saiba o que funciona

Equipamentos turísticos do Cariri voltam a receber visitantes; saiba o que funciona

Legenda: Colina do Horto, em Juazeiro do Norte - Foto: Antonio Rodrigues

Com a flexibilização de medidas de combate à Covid-19, é possível conferir os diversificados destinos da região, que vão dos destinos tradicionais às novas experiências, como os museus orgânicos

Seja pela religiosidade, manifestações populares ou suas riquezas naturais, o Cariri é um dos principais destinos do Ceará. No entanto, assim como em outros lugares do mundo, a pandemia da Covid-19 fez com que equipamentos fossem fechados, o que começa a mudar com a flexibilização de medidas para conter a doença.

Com a reabertura, é possível conferir os diversificados destinos da região, que vão dos destinos tradicionais - como os símbolos em torno da fé do Padre Cícero e o turismo científico, às novas experiências - como os museus orgânicos que oferecem contato com mestres da cultura.

Legenda: Colina do Horto, em Juazeiro do Norte - Foto: Antonio Rodrigues

HORTO

Cartão-postal de Juazeiro do Norte, a estátua do Padre Cícero está aberta para visitação com todos seus equipamentos — além do monumento, Museu Vivo e Igreja Bom Jesus do Horto — desde o último dia 3 de julho. Atualmente, o complexo funciona com restrição de 60% de sua capacidade e limitação do comércio ambulante no entorno.  As visitas estão restritas ao horário de 7h às 17h.

Como funciona por setores, a capacidade da Colina do Horto, está dividida da seguinte forma: o pátio da estátua pode receber até 3 mil pessoas; o Museu Vivo do Padre Cícero tem limitação de até 800 pessoas; já a Igreja Bom Jesus do Horto, pode receber até 1,5 mil pessoas. 

Antes da pandemia, a média diária de visitantes no Horto variava entre 3 mil a 5 mil pessoas em períodos regulares — durante as romarias chega a ser quatro vezes maior.

Hoje, segundo a gestora da Colina do Horto, Francisca Maria de Santana, apenas no domingo e sábado o número consegue se aproximar disso, com 4 mil e 2 mil visitantes, respectivamente. “Durante a semana já varia muito, em torno de 200. Alguns dias chega a 500 pessoas”, detalha. 

Na sua avaliação, o fluxo atual de visitantes tem sido bom para conter aglomerações e evitar o contágio pelo coronavírus. “Quando aumenta, realizamos filas para  organização na entrada do museu”, detalha.

Legenda: Geossítio Pontal da Santa Cruz - em Santana do Cariri  - Foto: Antonio Rodrigues

Os outros espaços são ao ar livre, mas, mesmo assim, a organização disponibiliza álcool em gel nos setores e pias para manter a higiene das mãos. “O movimento ainda é pouco, pois as pessoas ainda têm medo”, completa Francisca.  

GEOSSÍTIOS

Criado em 2006, o Geopark Araripe está presente em seis municípios da região do Cariri e hoje possui nove geossítios, que são grandes atrações, seja do turismo de lazer ou de interesse científico. Cada um deles possui características peculiares e, naturalmente, regramentos específicos em relação aos visitantes, nesta pandemia. Contudo, todos eles estão recebendo visitantes.

Legenda: Geossítio Floresta Petrificada, em Missão Velha - Foto: Antonio Rodrigues

Os geossítios são a Colina do Horto, em Juazeiro do Norte; Cachoeira de Missão Velha e Floresta Petrificada do Cariri, ambas em Missão Velha; Pedra Cariri, Parque dos Pterossauros, Pontal de Santa Cruz, em Santana do Cariri; Batateira, em Crato; Riacho do Meio, em Barbalha e Ponte de Pedra, em Nova Olinda. O primeiro, obedece às regras já citadas anteriormente. 

Os demais, por serem áreas abertas, não têm problemas para visitação, explica o diretor-executivo do Geopark Araripe, Nivaldo Soares. Com exceção da Floresta Petrificada, em Missão Velha, que por estar em um terreno particular, sua trilha fica fechada e é necessário solicitar a chave junto com a entidade ou a Associação dos Guias de Turismo do Cariri.

“A gente orienta que quem queira visitar vá acompanhado. Mas lá é um ambiente mais de observação científica”, explica. Mais informações pelo telefone (88) 3102-1237.

Legenda: Geossítio Riacho do Meio, em Barbalha - Foto: Antonio Rodrigues

Outros dois geossítios também têm o acesso a trilhas permitidos: o Riacho do Meio, em Barbalha, área onde inclusive pode ser encontrado o Soldadinho-do-Araripe. Neste caso, o espaço é gerido pela Prefeitura de Barbalha, que não tem impedido a entrada de visitantes.

O outro é o Parque Estadual do Sítio Fundão, em Crato, Unidade de Conservação gerido pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que também é território do geossítio Batateira.

Legenda: Geossítio Batateira - Parque Estadual Sítio Fundão - Foto: Antonio Rodrigues

Ideal para fazer trilhas curtas, a pé ou de bicicleta, o Sítio Fundão possui uma área de 93,52 hectares de flora nativa, que representa os biomas Caatinga e Cerrado, além de conter uma diversidade de animais silvestres. Alguns são mais comuns, como os saguis, as cobras e os pássaros. 

No local também há bens históricos tombados pela Secretaria de Cultura do Estado, como a Casa de Taipa (Centro de Visitantes), a parede de pedras e as ruínas de um engenho do Século XIX, movido por tração animal. Por ele, também

corre o Rio Batateira, banhando o Parque e mantendo verde a vegetação por boa parte do ano. O Parque fica aberto ao público no período das 6h às 17h.

Legenda: Geossítio Batateira - Parque Estadual Sítio Fundão - Foto: Antonio Rodrigues

De acordo com a atual gestora do Parque Estadual, Dágila Ramonita Ribeiro, o ingresso na Unidade é permitido, desde que tenha um grupo máximo de dez pessoas. Acima deste número, é necessário um agendamento que pode acontecer pelo telefone (88)3523-8404 ou em contato pela sua página no Instagram . “Todas as áreas e todas as trilhas, inclusive teremos atividade de ciclismo, estão liberadas lá”, ressalta. 

O Centro de Visitantes, inclusive, está com uma exposição aberta até o próximo dia 31 de outubro. “ECOamigo - Seja Você Também”, da artista Suely Gonçalves, traz pinturas que retratam a região do Cariri feitas em carteiras de cigarro. 

Legenda: Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens - Santana do Cariri - Foto: Antonio Rodrigues

MUSEU DE PALEONTOLOGIA 

Outro atrativo, o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, foi reaberto no último dia 26 de julho, após quase quatro meses de atividades interrompidas. Contudo, as visitas acontecem por meio de agendamento, com exceção da segunda-feira, com dois grupos de cinco pessoas cada e respeitando o intervalo de 30 minutos entre o ingresso de cada um deles. 

O ingresso no museu acontecerá mediante o uso obrigatório de máscara em todo o percurso e utilização de álcool em gel na entrada e saída. Dentro dele, será mantida a distância mínima de dois metros e o trajeto será sempre acompanhado por um guia. 

Legenda: Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens - Santana do Cariri - Foto: Antonio Rodrigues

Também é proibido que se toque nas peças em exposição. A entrada será permitida de dois grupos de cinco pessoas cada. Todas as visitas deverão ser agendadas pelo WhatsApp, no número (88) 3545 1206.

Este protocolo foi adotado em novembro do ano passado e, na avaliação do diretor do Museu, o professor Allyssson Pinheiro, foi um sucesso: “Não tivemos nenhum registro de casos internamente”, justificou. 

Legenda: Geossítio Floresta Petrificada, em Missão Velha - Foto: Antonio Rodrigues

FUNDAÇÃO CASA GRANDE 

A Fundação Casa Grande - Memorial Homem Kariri, em Nova Olinda, que possui o principal acervo arqueológico da região, ainda não está recebendo visitantes. Contudo, a retomada é prevista para a segunda quinzena de outubro, segundo Junior Santos, que coordena a agência de turismo comunitário da cidade.

Por enquanto, isso não acontece porque o projeto tem grande envolvimento dos jovens e crianças da comunidade. “Eles são a linha de frente e a gente tem um cuidado maior”, justifica. 

Legenda: Geossítio Riacho do Meio, em Barbalha - Foto: Antonio Rodrigues

MUSEUS ORGÂNICOS 

Projeto que surgiu através da Fundação Casa Grande, responsável por duas experiências em Nova Olinda, o Museu do Ciclo do Couro: Memorial Espedito Seleiro e o Museu Casa Antônio Jeremias, a ideia dos museus orgânicos foi ampliada em parceria com o Sesc, que projeta a criação de 16 espaços dedicados aos mestre da cultura popular do Cariri, onde o visitante possa conhecer sua história, ter o contato com os mestres e sua arte.

A partir da parceria, desde 2018, foram inaugurados os museus orgânicos Casa do Mestre Antônio Luiz, que homenageia o líder do reisado dos Caretas de Couro, no Sítio Sassaré, o Museu Oficina de Francisco Dias, o Mestre Françuli, que fabrica aviões com folhas de flandre e zinco; o Museu Casa dos Pássaros do Sertão, todos em Potengi. Também foram abertos o Museu Mestre Nena, brincante de bacamarte, e do Mestre Raimundo Aniceto, que faleceu no ano passado. 

Legenda: Museu Orgânico do Mestre Françuli - Potengi - Foto: Antonio Rodrigues

Em Nova Olinda, o ateliê e loja de Espedito Seleiro estão abertos. Já os demais, como funcionam na casa dos próprios mestres de cultura, acontecem por meio contato com suas famílias. Alguns, como os mestres Antônio e Françuli, em Potengi, pedem que os visitantes já estejam vacinados. Mais informações pelo telefone: (88) 3512-3355.

IMPACTO DA PANDEMIA

Na avaliação de Junior Santos, mediante a tarifa do transporte aéreo, muitos turistas recuaram, mesmo com a flexibilização dos decretos em relação à Covid-19. “A retomada está sendo lenta, principalmente pela alta nos voos, que é nosso principal meio. Hoje, 60% do turista que nos visita é do sudeste”, enumera. 

O primeiro trimestre, na sua avaliação, é o mais movimentado para a agência de turismo comunitário, que envolve também as mulheres de Nova Olinda, que recebem estes visitantes em suas casas, oferecendo hospedagem. “O mais legal do Cariri é que tem uma dinâmica do turismo que transcende a estação alta e baixa, pela diversidade”, pontua. 

Legenda: Museu Orgânico Casa dos pássaros, em Potengi - Foto: Antonio Rodrigues

A sua empresa estima uma queda na procura de 90% com a pandemia. Antes dela, a média de visitantes era entre 3 mil a 5 mil turistas atendidos. Só a Fundação Casa Grande, por exemplo, recebeu 75 mil pessoas em 2019, quando funcionou integralmente. “A gente ainda não sabe como será o novo desenho”, completa

O guia de turismo Neyson Nascimento reforça que a retomada tem sido lenta e gradativa”. Ele enxerga que muitos turistas ainda estão com medo de viajar, mas tem sentido uma resposta positiva para o futuro. “Já venho recebendo contatos e contratações de visitantes de outros estados”.

Antes da pandemia, Neyson chegava a atender dez agendamentos em um mês para turistas de outros estados. No entanto, hoje, acredita que isso acontece uma vez a cada dois meses.

“É meio complicado, porque não é uma coisa estável”, justifica. O mais regular tem sido, ainda, o turismo científico, sobretudo no acompanhamento de pesquisadores. “Recebi um pesquisador de Portugal na última semana. Na próxima também receberei um professor. Já existe uma procura”, completa. 

Por outro lado, ele enxerga que está crescendo uma demanda de pessoas da própria região. “Está surgindo muitos grupos de ‘trilheiros’ e com avanço e sensibilização de alguns grupos, exige-se a presença de um profissional capacitado que os acompanhe”, explica. 

Legenda: Museu Orgânico Casa dos pássaros, em Potengi - Foto: Antonio Rodrigues

Um destes grupos, em parceria com sua empresa Expedição Kariri, tem programado atividades todos os domingos em trilhas diferentes do Cariri. De acordo com recomendação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os grupos são de, no máximo, 15 pessoas, como manda o plano de manejo da Floresta Nacional do Araripe.

“Mas por causa da pandemia, estamos tentando trabalhar com até dez pessoas para evitar aglomerações", completa o guia de turismo. 

Escrito por Antonio Rodrigues/Diário do Nordeste

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