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Preço da gasolina deve subir ainda mais até o fim de 2021? Confira projeções

Preço da gasolina deve subir ainda mais até o fim de 2021? Confira projeções

Legenda: Preço do barril de petróleo e cotação do dólar influenciam valor do combustível - Foto: Kid Junior

Enquanto alguns especialistas apostam em estabilidade do valor médio do litro do combustível, há ainda a expectativa de um aumento de 10% até o fim do ano

O preço médio do litro da gasolina atingiu R$ 5,82 na última semana no Ceará. Diante do cenário do mercado internacional, que influencia diretamente o custo do combustível, especialistas ouvidos pelo Diário do Nordeste projetam tendências para os próximos meses.

Entre as previsões, há divergências. Uma parte das projeções aponta para a estabilização dos preços, enquanto outra prevê aumento de até 10% até o fim do ano, o que poderia levar o preço médio da gasolina no Ceará a R$ 6,40 e o máximo, para perto da casa de R$ 7,00.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de janeiro a julho de 2021, foi registrada uma variação de 22,5%, com o combustível ficando R$ 1,07 mais caro neste período.  

O economista Alex Araújo explica que, após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), no último domingo (18), de aumentar a produção de petróleo a partir de agosto, a expectativa é de que haja uma estabilização do preço da gasolina no Brasil, já que o valor do barril incide diretamente no combustível.  

O acordo da Opep tem como objetivo frear os preços do barril. Já nesta segunda-feira (19) o barril brent apresentou queda de 6,75% para setembro, chegando ao valor de US$ 68,62. O dos Estados Unidos, por sua vez, caiu para US$ 66,35, 7,28% menor. “Com isso deve cair para uma estabilidade dos preços dos barris de petróleo”, pontua Araújo.  

INFLUÊNCIA DO MERCADO INTERNACIONAL 

“Esses aumentos da gasolina são resultado de aumento de dois preços: do petróleo, que vem aumentando desde o final do ano passado pelo aumento da demanda, e do dólar. Mesmo que a produção da gasolina seja feita com petróleo nacional, a Petrobras usa como referência o preço do mercado internacional, então, à medida que a cotação cambial sobe, esse valor é repassado”, acrescenta. 

Conforme Araújo, esses repasses estavam represados pela Petrobras e talvez este seja um dos últimos. No dia 5 de julho, a estatal anunciou reajustes de 6,3% na gasolina e 3,7% no diesel. 

Já Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, pondera que o manejo da atual gestão da estatal com relação aos reajustes dificultou a previsibilidade das movimentações dos preços, porém, matematicamente é esperada uma estabilização ou mesmo uma queda. 

Em fevereiro, Joaquim Silva e Luna foi definido como novo presidente da estatal, após desacordos do presidente Jair Bolsonaro com o ex-gestor Roberto Castello Branco com relação à política de preços de derivados da empresa.  

“A defasagem da gasolina - diferença do preço praticado internamente com relação ao mercado externo - já caiu e está em 9% e é possível que possamos ver uma redução de preços, mas com a mudanças na diretoria da Petrobras perdemos um pouco da previsibilidade, mas matematicamente falando podemos esperar uma queda do preço”.  

GUILHERME SOUSA

economista da Ativa Investimentos

Legenda: Preço médio da gasolina chegou a R$ 5,82 no Ceará - Foto: Kid Junior

AUMENTO DE 10% NAS BOMBAS 

O consultor da área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, complementa que o mercado espera da nova gestão reajustes mais lentos em relação à volatilidade dos preços externos. “Isso vai fazer com que a movimentação de alta ou de baixa transcorra por mais tempo, sendo mais palatável ao consumidor que não teria o impacto de um aumento frequente como tínhamos”.

Para o consultor, entretanto, há de se esperar que o preço do combustível feche o ano com uma alta com relação aos valores de hoje.

“Acredito que os preços devam sofrer uma alta de 10% até o final do ano. Isso reflete a defasagem da gasolina em relação ao preço de paridade do preço de importação, em função disso deverá realmente pesar bastante no bolso do consumidor”.  

BRUNO IUGHETTI

consultor de petróleo e gás

Com isso, caso a variação se confirme, o litro do combustível pode chegar a custar, em média, R$ 6,40 no Ceará ainda este ano. O preço máximo registrado no estado na última semana foi de R$ 6,19 em Fortaleza e em Sobral, segundo a ANP.  

Contudo, a projeção do consultor é de que o cenário mude em um médio prazo e o consumidor possa visualizar uma constância diante das variáveis internacionais.  

O economista Guilherme Sousa corrobora com essa visão e acrescenta: “Temos eleição no ano que vem, então não sabemos para onde esse câmbio vai. Até regularizar a oferta e a demanda, e o preço do barril de petróleo se estabilizar, leva um tempinho. Por isso, não podemos esperar uma queda brusca nos próximos anos”.  

IMPACTO PARA O CONSUMIDOR 

Dessa forma, os consumidores são os primeiros a sentir os efeitos desse custo que é considerado essencial, reforça Alex Araújo. Um efeito secundário, ocasionado pela utilização predominante do transporte rodoviário, é um repasse de custo aos produtos mesmo com que a gasolina e o diesel parem de subir.   

“O Brasil vai ter que buscar alguma forma de estabilizar esses preços. O preço da Petrobras deveria ser em real e não em dólar, nossa renda é em real. Não faz sentido, até por conta do preço que isso tem na inflação que penaliza muito as pessoas mais pobres”. 
 

ALEX ARAÚJO

economista

Com relação ao diesel, Iughetti destaca que o combustível ainda suportaria um aumento de 6%, mas o Governo Federal aguarda a aprovação de um decreto-lei que estabiliza os impostos federais no preço do combustível, o que pode gerar uma queda de até R$ 0,04 por litro.   

O levantamento da ANP mostrou que o preço médio do litro do diesel S10 ficou em R$ 4,78, com valor máximo de R$ 5,54 no Ceará. A variação de janeiro a julho foi de 24,4%. No início do ano, o combustível estava em R$ 3,84.  

Escrito por Lívia Carvalho/Diário do Nordeste


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