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Aos 18 anos, João Gomes se torna a maior estrela viral da música brasileira com voz grave e ajuda das danças

Aos 18 anos, João Gomes se torna a maior estrela viral da música brasileira com voz grave e ajuda das danças

Foto: Divulgação/Instagram

Fenômeno da pandemia com ‘Meu pedaço de pecado’, música bombada no TikTok, cantor avisa: ‘Quero trabalhar bem e escrever boas canções’

Não muito tempo atrás, João Fernando Gomes Valério, natural de Serrita (município do sertão pernambucano), era um menino cantor de coral de igreja. Mas aí veio a adolescência.

— Eu pedia pão e a voz saía grave, pedia o leite e ela saía fina. Era engraçado — conta ele, que descobriu na mudança de registro vocal uma chance para se destacar na música típica de sua terra: o aboio dos vaqueiros. — Eu ouvi uma entrevista de Pinto do Acordeon em que ele falava que para cantar forró precisava ter voz de vaqueiro. Isso me passou uma confiança muito grande

E agora, aos 18 anos (faz 19 no dia 31), o que não falta a João Gomes é confiança. Durante a pandemia, o garoto se tornou a maior estrela viral da música brasileira. Com sua voz grave e autêntica do vaqueiro a serviço do piseiro (o novo forró, que ganhou notoriedade há cerca de um ano com Barões da Pisadinha e Tarcísio do Acordeon), recentemente ele emplacou duas músicas no Top 50 — Brasil do Spotify: “Meu pedaço de pecado” (em 1º lugar) e “Aquelas coisas” (em 8º). Esta sexta-feira, ele lança no streaming cinco músicas do seu DVD gravado em Fortaleza com participação de Tarcísio e do cantor Vitor Fernandes.

O sucesso de João Gomes no meio digital (e que rapidamente chegou também às rádios) se explica em parte por seus talentos (uma de suas composições, “Eu tenho a senha”, foi gravada por Tarcísio do Acordeon), em parte por uma combinação vitoriosa de estratégia de publicação de vídeos em redes sociais.

— Eu tenho dois amigos, o Paulo e o Cauã, e baixei o TikTok só para acompanhá-los. Eles me ensinaram a hora certa de subir o vídeo, as hashtags para se colocar, e eu passei a avisar a galera que me seguia no Instagram que ia postar os meus vídeos completos no TikTok. Postei um, postei outro e fui só cativando essa galera — explica João, cujo pulo do gato foi quando “Meu pedaço de pecado” bombou no TikTok com uma coreografia coroada pelo rude gesto da mão fechada batendo na mão aberta (de quem está em situação mais do que periclitante). — As mães das crianças devem ter muita raiva de mim!

O som de João Gomes segue os padrões do piseiro, com bateria eletrônica (cujas viradas, sempre muito parecidas na introdução das músicas, são tão marcantes quanto o bordão “é pegada de vaqueiro”), sanfona, teclados e até uma guitarra com efeitos característicos do rock dos anos 1980.

Acompanhado por músicos que, segundo ele, “antes tocavam pagodão da Bahia”, o garoto segue outra tradição moderna dos músicos do Nordeste, que é o de ter sempre à mão um repertório novo, “atualizado”. Num de seus CDs mais recentes, de “repertório 2022”, João canta até uma versão piseiro de “Amado”, hit romântico de 2008 da cantora Vanessa da Mata.

— Minha mãe sempre escutou a Vanessa, eu sei essa música de cor. Engraçado é que muita gente da minha idade não conhece as músicas dela — estranha ele.'

Mais maduro do que fazem supor os seus 18 anos, João Gomes aponta o cearense Belchior e o carioca Cartola como suas referências de composição. Porque, sim, ele almeja a posteridade e já conhece um pouco sobre as armadilhas do showbiz brasileiro:

— A gente sabe que o momento vai passar e vão surgir outras novidades. Quero trabalhar bem e escrever boas canções. Tento expressar o que eu sinto, leio desde criança e gosto das palavras.

Depois de estrear em lives no mês passado, no festival São João de Todos (produzido pela empresa que cuida de sua carreira, a Sua Música), João estuda os próximos passos. Ele tem trocado ideias com Kevin O Chris, estrela do funk carioca 150 bpm. Mas garante que seu estilo seguirá o mesmo:

— Escuto todo tipo de música, mas sou fiel à vaquejada, ela é muito forte aqui. Não posso esquecer, foi a vaquejada que me abraçou.

Silvio Essinger/O Globo 

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