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Suspensão de bombeamento do Eixo Norte do Projeto São Francisco é adiada por 15 dias

Suspensão de bombeamento do Eixo Norte do Projeto São Francisco é adiada por 15 dias

Legenda: Canal de Transposição das águas do rio São Francisco, em Missão Velha, no Ceará - Foto: Honório Barbosa

Paralisação será feita para troca de válvulas das motobombas das Estações e manutenção pontual no revestimento de canais

A suspensão do bombeamento de água do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, que estava prevista para hoje (10), foi adiada para o próximo dia 25 deste mês. A prorrogação vai beneficiar o Ceará que receberá mais recurso hídrico que segue em direção ao açude Castanhão, com o leito do rio Salgado úmido, ainda durante o período chuvoso, oferecendo maior facilidade de escoamento.

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que a paralisação da transferência de água do rio São Francisco para o Eixo Norte é necessária para a execução dos serviços de manutenção no trecho 1, entre a captação, em Pernambuco, e a barragem Jati, na cidade de mesmo nome, no Ceará.

Os técnicos do MDR preveem que os serviços se estendam por cerca de 45 dias, que incluem a troca de válvulas das motobombas das Estações de Bombeamento 2 e 3, responsáveis por levar água do Rio São Francisco para Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A pasta federal informou que também vai aproveitar a suspensão para fazer a manutenção do revestimento dos canais que integram o sistema de operação do trecho 1. A execução dos serviços foi debatida entre o MDR e os estados da região, que estão cientes de que, durante a manutenção, o fornecimento de água derivado do Eixo Norte estará suspenso.

Havia um pedido do governo do Ceará para prorrogação da obra por um prazo maior, uma vez que a ideia era aproveitar o máximo de tempo a transferência de água que ocorre pelo leito do rio Salgado em direção ao Castanhão, em um trecho de cerca de 300km, no período chuvoso, que facilita o escoamento e oferece menor perda por infiltração no solo. O pedido não foi aceito.

Agora, com a prorrogação, Ceará ganhou mais 15 dias de transposição. Atualmente, o açude Castanhão acumula 12,8%. O reservatório libera cerca de 7m3/s para o Eixão das Águas em direção ao sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ou seja, toda a água que chega ao maior açude do Ceará oriunda do rio São Francisco é transferida para o entorno da capital.

CAMINHO DAS ÁGUAS

Depois de mais de uma década, as águas do rio São Francisco, tão aguardadas, no Ceará, foram  liberadas através do Cinturão das Águas do Ceará (CAC) no dia 1º de março passado em direção ao Castanhão.

Dez dias depois, o recurso hídrico chegou ao maior açude do Ceará, que é estratégico para o abastecimento de cerca de 4,5 milhões de pessoas da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e do Médio Jaguaribe.

A água liberada com vazão inicial de cerca de 10 mil litros por segundo, seguiu do CAC para o riacho Seco, rio Batateiras e Salgado, passando por Aurora, Lavras da Mangabeira, Icó, onde desembocou no rio Jaguaribe e seguiu para a bacia do Castanhão, em Jaguaribara. Todo o percurso é de cerca de 300km por leito natural.

No dia 1º de abril passado, começou a operação de transferência de água do açude Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Na época, a decisão foi tomada porque os açudes que integram o entorno da Capital estão com a reserva abaixo do esperado e os reservatórios apresentam volume inferiores ao mesmo período de 2020.

Escrito por Honório Barbosa/Diário do Nordeste

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