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Com colaboração da UFCA, artigo sobre a primeira espécie de camarão fóssil descrita para a Bacia do Araripe é publicado em revista A1

Com colaboração da UFCA, artigo sobre a primeira espécie de camarão fóssil descrita para a Bacia do Araripe é publicado em revista A1

Foto: Reprodução/UFCA

Camarão carídeo Beurlenia araripensis: primeira espécie de camarão fóssil descrita para a Bacia do Araripe

O camarão carídeo Beurlenia araripensis é a primeira espécie de camarão fóssil descrita para a Bacia do Araripe – situada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. O termo “Caridea” nomeia uma infraordem de camarões da ordem “Decapoda”, presentes em habitats tanto de água doce quanto de água salgada.

Um artigo científico publicado com contribuição da Universidade Federal do Cariri (UFCA) ressalta novos aspectos característicos na identificação taxonômica dessa espécie, como, por exemplo, a presença de espinhos e de tubérculos nos chamados pereiópodos (as “patas” do camarão).

O trabalho foi publicado neste mês de março de 2021 na renomada revista científica norte-americana PlosOne (link para uma nova página), que cobre pesquisas primárias na área da ciência e medicina. No Brasil, a revista é classificada, conforme sistema Qualis-Periódicos (link para uma nova página), na categoria A1, a mais alta de oito estratos (A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C).

O artigo New data on Beurlenia araripensis Martins-Neto & Mezzalira, 1991, a lacustrine shrimp from Crato Formation, and its morphological variations based on the shape and the number of rostral spines é resultado de parte da pesquisa de doutorado da bióloga Olga Alcântara Barros, que, desde o fim de 2020, é também doutora em Geologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Olga foi orientada pela geóloga e professora do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFC, Maria Somália Sales Viana, também professora adjunta da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

Participou da Pesquisa, ainda, o professor do Centro de Ciências e Tecnologia da UFCA (CCT/UFCA) João Hermínio da Silva, matemático (Universidade Estadual do Ceará – Uece), mestre em tecnologias energéticas e nucleares (Universidade Federal de Pernambuco – UFPE) e doutor em Física (UFC). Desde 2008, dois anos antes de ingressar na UFCA, Hermínio trabalha com fósseis, utilizando técnicas de espectroscopia e microscopia para interpretações paleoambientais.

Beurlenia araripensis. A) 1673/LPU – detalhe dos pereiópodes P3-P5 com espinhos. B) UFRJ 243/CR – detalhe dos pereiópodes P3-P5 com vários tubérculos.

“Faço pesquisas com a Olga desde quando ela fazia graduação na Urca [Universidade Regional do Cariri]. Essa pesquisa [que gerou o artigo na PlosOne] durou dois anos, reunindo pesquisadores da UFC, UFCA, UVA e UFPI”, disse João Hermínio. Além de Olga, de Maria Somália e de Hermínio, assinam o artigo os pesquisadores Alexandre Paschoal (UFC), Paulo Victor de Oliveira e Bartolomeu Cruz Viana, estes últimos da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Os pesquisadores analisaram um total de treze amostras fossilíferas da espécie Beurlenia araripensis Martins-Neto & Mezzalira, 1991, das quais cinco contribuíram para a descrição taxonômica.

As novas informações morfológicas analisadas em Beurlenia araripensis e a observação da variação na quantidade de espinhos rostrais (frontais) examinadas nesta espécie é de grande importância para a sua identificação e bastante significativa para entender os estágios evolutivos e ambientais desses camarões carídeos, cuja origem remonta ao Cretáceo Inferior (período geológico compreendido entre 145 milhões e 100 milhões de anos atrás).

Beurlenia araripensis (A) Exemplar 2466/CRT (UFC) contendo 5 espinhos rostrais, depositado no laboratório de paleontologia da UFC, Campus do Pici – acervo técnico. (B e E) Espécime 2108/MPSC contendo 14 espinhos rostrais e 1673/LPU contendo 12. espinhos rostrais, depositado no museu Plácido Cidade Nuvens em Santana do Cariri – URCA. (C e D) Exemplares UFRJ 171/CR com 9 espinhos rostrais e UFRJ 243/CR com 11 espinhos rostrais, depositados no departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O professor da UFCA participante da pesquisa ressalta a importância da publicação na PlosOne, que, além do Qualis alto, tem fator de impacto 2.776, referente ao biênio 2018-2019. O fator de impacto é medido com base no número médio de citações dos artigos que foram publicados no periódico, durante o biênio anterior: “ela é reconhecida pelos paleontólogos e para os estudiosos de biodiversidade como uma das maiores revistas indexadas que existe”, resume.

Núcleo de Arqueologia e Paleontologia da UFCA

Em 2013, Hermínio formou um grupo de pesquisa de paleomateriais, do qual fazem parte pesquisadores de diferentes instituições: “Da UFCA, só tem eu [no grupo], por enquanto. Já foi criado o Núcleo de Arqueologia e Paleontologia da UFCA, o NAP/UFCA, já temos estatuto, temos uma sala lá no CCAB [Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade, campus Crato], temos prateleiras para alguns fósseis que coletamos para estudo, mas veio a pandemia e infelizmente a gente não teve condições de prosseguir com outras atividades estruturais”, disse.

O professor ressalta que já houve descobertas importantes no campo da Arqueologia no Ceará, mas que a falta de um curso no estado atrasa o avanço dos estudos cearenses na área: “Estamos para receber uma coleção da UFPE de cerâmicas que pertenciam aos povos do Ceará, [encontradas] aqui onde foi feito o Porto do Pecém. Como o Ceará não tem um curso de Arqueologia, infelizmente, esse material todo foi para Recife. [Quando o material chegou] lá, os pesquisadores disseram que ele deveria voltar para o Ceará e me procuraram para articular o envio. Então [receber] esse material é uma oportunidade de desenvolver novas pesquisas importantes para a Arqueologia cearense, aqui na UFCA”, explica.

Classificação Taxonômica

Taxonomia é o método utilizado em Biologia para classificar seres vivos com base em características comuns – fundamental para estudar as milhões de espécies de seres vivos já identificadas pelo ser humano. Por esse método, os seres vivos são classificados em unidades taxonômicas (táxons), entre as quais estão, em ordem decrescente de abrangência, reinos, filos, classes, ordens, família, gênero e espécie.

Camarões pertencem, como nós, ao reino “Animalia”, mas estão no filo “Arthropoda” (têm exoesqueleto) e na Classe “Malacostraca” (envoltos por uma carapaça macia logo após a muda); diferente de nós, humanos, que pertencemos ao Filo “Chordata” (apresentamos notocorda, na fase embrionária) e à classe “Mammalia” (apresentamos glândulas mamárias).

Só no Brasil, país com a maior biodiversidade de fauna e flora do mundo, são mais de 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais conhecidas, sem contar as espécies dos demais reinos: fungi, protista e monera.

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