News Breaking
Live
wb_sunny

Breaking News

Safra de sequeiro deste ano no Ceará deve ser a segunda melhor da década

Safra de sequeiro deste ano no Ceará deve ser a segunda melhor da década

A maior colheita, neste ano, deve ser a do milho, cuja previsão é alcançar 700 mil toneladas - Foto: Honório Barbosa
Diante das boas chuvas registradas nos meses iniciais de 2020, a previsão da colheita no campo está na marca de 840 mil toneladas. Se confirmada, ficará atrás apenas do ano de 2011, quando a colheita foi de 1.300.865 toneladas de grãos

A previsão de que 2020 poderá ser um dos anos mais chuvosos da última década beneficia não somente a recarga dos açudes cearenses, mas também a colheita no campo. A equação de precipitações intensas e bem distribuídas, tanto territorialmente quanto em espaço de tempo, favorece a produção de grãos de sequeiro no Sertão. Conforme estimativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), a colheita deste ano deve atingir a marca de 840 mil toneladas de grãos.

O número é o segundo melhor da década e representa 50% a mais da safra de 2019, quando foram colhidas cerca de 560 mil toneladas. Em 2011, conforme a Ematerce, foram colhidos 1.300.865 toneladas. "Estamos animados com as boas chuvas e sem ataques significativos de pragas", destacou Itamar Lemos, diretor técnico da Ematerce. Ele detalha que a maior produção, ao fim da colheita, em maio, mês que se encerra a quadra chuvosa, tende a ser a de milho. "Esperamos colher cerca de 700 mil toneladas", acrescenta.

Expansão

O diretor técnico da Ematerce explica que, com as previsões climáticas iniciais divulgadas ainda no início do ano, houve expansão da área de plantio. Em 2019, foram cultivados 918.621 hectares e, para este ano, a previsão é de 1.003.628ha. Um crescimento de 9,25% em relação ao ano passado.

O Governo do Estado, igualmente crendo numa boa safra, antecipou ainda para novembro do ano passado o início das entregas de sementes do Hora de Plantar, programa que beneficia cerca de 155 mil agricultores. A soma destes fatores, segundo Itamar, já "assegura 70% da safra nas regiões do Cariri e Norte do Estado", isto é, o risco de perda, nestas duas grandes porções do Ceará, é mínimo.

Nos dois primeiros meses deste ano, todas as oito macrorregiões tiveram pluviometria acima da média histórica. Em março, apenas no Litoral de Pecém e Maciço de Baturité, as precipitações ficaram abaixo do esperado. No entanto, o impacto para produção não será tão representativo uma vez que estas duas regiões não concentram grandes áreas de plantio.

Beneficiados

O gerente regional da Ematerce em Iguatu, Mauro Nogueira, recorda que aos agricultores que iniciaram o plantio mais cedo, os resultados serão ainda mais seguros. "Quem plantou em fevereiro, logo no início da quadra chuvosa, já tem assegurado algo em torno de 50% de toda a colheita". Já para os sertanejos que plantaram em março, "o plantio vai depender das chuvas de abril e maio", acrescenta Nogueira.

Para estes, porém, o quadro também deverá ser favorável. Os principais órgãos meteorológicos apontam boa chance de chuvas dentro ou acima da média para os meses de abril e maio deste ano. Segundo a Funceme, o prognóstico para este período é de probabilidade de apenas 20% para precipitações abaixo da média.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe) também estimam continuidade de chuvas, sobretudo para o Centro-Norte do Estado, onde se concentra a maior área de plantio.

Colheita

O produtor rural Manoel Dias, de Lavras da Mangabeira, no Cariri cearense, enquadra-se naqueles que realizaram o plantio de forma precoce. Dois meses depois, surgiram os primeiros resultados. Manoel realizou, recentemente, a colheita de 3,5 hectares de grãos. A estimativa é, até o fim de maio, fazer o cultivo de mais 2 ha. "Neste ano, a perda vai ser mínima. Está chovendo bem e o plantio cresceu bastante", explicou.

Na zona rural de Várzea Alegre, o sentimento também é de alívio após sucessivos anos de baixa colheita devido ao período (2012-2018) de chuvas abaixo da média. Joaquim Bezerra cultivou dois hectares de milho e espera colher uma boa safra na primeira quinzena de junho próximo. "Não temos o que reclamar, só agradecer pelas boas chuvas".

Reportagem de Honório Barbosa/Diário do Nordeste

Tags

Inscrição no boletim informativo

Sed ut perspiciatis unde omnis iste natus error sit voluptatem accusantium doloremque.