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Em meio à crise financeira, municípios apostam na atenção básica

Em meio à crise financeira, municípios apostam na atenção básica

Mercado Público do Pirajá, em Juazeiro do Norte: aglomerações preocupam prefeitos no interior - Foto: Honorio Barbosa
Com menos recursos e poder de barganha para entrar na disputa por grandes estruturas de saúde, as prefeituras do Ceará têm investido em ações na atenção primária da saúde para evitar agravamento da pandemia

Quando as atenções se voltam para os municípios do Interior do Ceará que, historicamente, sofrem com a falta de estrutura, o cenário de risco da contaminação do novo coronavírus se complica mais ainda. Com poucos recursos e menos força diante da competição por insumos, a estratégia tem sido apoiar a centralização junto ao Governo do Estado e investir na atenção básica.

O prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), pontua que o protocolo do Governo para a região considera 20 leitos de UTI reservados para a Covid-19 no Hospital Regional do Sertão Central, na cidade vizinha de Quixeramobim. O número, porém, tem de cobrir 20 municípios, com média de 650 mil habitantes, ressalta.

Mesmo com a previsão de que os casos graves sejam centralizados nos hospitais regionais, algumas prefeituras têm se desdobrado para garantir um mínimo de suporte na própria rede municipal, principalmente com oferta de respiradores, para conseguir atender os próprios moradores em casos de urgência.

"Nosso sistema já não dava conta das necessidades da vida normal. A pandemia fez com que se corresse para tomar providências. Muitas ainda não foram implementadas, como a consolidação de amplitude de leitos de UTI, a dificuldade de aquisição de equipamentos, EPIs e respiradores", ressalta Ilário. A Prefeitura de Quixadá, mesmo diante da dúvida sobre a efetividade da transação, ainda conseguiu comprar dois aparelhos respiradores por esforço próprio.

Além disso, foi uma das primeiras prefeituras a implementar o serviço de teleatendimento em saúde e tem fortalecido o acompanhamento de pessoas do grupo de risco através dos agentes de saúde e capacitado os profissionais da área para adotarem procedimentos de segurança nos atendimentos, por exemplo.

A presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems), Sayonara Cidade, ressalta que a entidade tem se reunido com todos os secretários da área "explicando que a guerra é vencida com atenção primária". "Temos que estar monitorando, diminuir os espaços de aglomeração, inclusive nas unidade", afirma.

O mesmo tem sido feito na Prefeitura de Juazeiro do Norte. "Estamos fazendo a medicina preventiva, distribuindo máscara, fazendo a limpeza pública em mercados, agências, pontos de ônibus, postos de saúde e orientando a todo instante sobre a importância do uso da máscara", afirma o prefeito Arnon Bezerra (PTB).

Política

Em Maracanaú, na Região Metropolitana, a gestão dos leitos de UTI chegou a ser alvo de notícias falsas. O deputado estadual Júlio César Filho (Cidadania) teve de usar as redes sociais para esclarecer boatos de que ele teria, por motivações políticas, articulado junto ao Governo do Estado o "confisco" de respiradores para outros municípios. Na verdade, os aparelhos estavam lacrados, sem uso em um hospital da rede privada, e foram realocados para a rede pública pelo Executivo estadual.

"Quem quiser tirar proveito político numa situação dessas está prestando um desserviço a todo mundo", pontua Arnon Bezerra.

Para o ex-deputado federal e pesquisador da Fiocruz no Ceará, Odorico Monteiro, um dos legados da pandemia será o fortalecimento do SUS e o alerta para os perigos do subfinanciamento da saúde, principalmente com o congelamento de gastos por 20 anos posto em prática pelo Governo Federal e que deve impactar principalmente nos municípios.

"Outra grande necessidade é rever a questão do papel estratégico da tecnologia de saúde no País", ressalta o pesquisador, pelo fato de que o Brasil não produz os insumos básicos mais fundamentais diante dessa crise, como máscaras e respiradores.

Busca por profissionais brasileiros no exterior

Uma das demandas da reunião dos nove governadores do Nordeste com o novo ministro da Saúde foi que o Governo Federal autorize a contratação de médicos formados no Exterior para atuar no combate ao coronavírus. A estimativa é que existam 15 mil desses profissionais no país.

Brigada emergencial de saúde no Nordeste

O Consórcio do Nordeste, que criou um comitê científico do órgão, tem propostos a criação de uma Brigada Emergencial de Saúde para atuar na região durante a pandemia. Esses médicos poderiam fazer parte dessa frente.

Fonte: Jéssica Welma/Diário do Nordeste

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